Arquimedes
O maior matemático da Antiguidade e um dos grandes cientistas do Ocidente, da estatura de Newton e de Einstein.
Sumário
Arquimedes de Siracusa se dedicou a áreas que hoje denominamos astronomia, engenharia e, talvez, também à tecnologia.
Biografia
A maior parte de seus dados biográficos é anedótica ou lendária (Jaeger, 2008; Russo,
Durante o governo de
Embora tradicionalmente se atribua a Arquimedes boa parte do sucesso inicial dos siracusanos, isso não foi ainda satisfatoriamente comprovado. A história de um soldado romano
Também não é dele a “tumba de Arquimedes”, encontrada por Cícero quase dois séculos após sua morte.
Políbio
Obras sobreviventes
Na Antiguidade, cerca de 30 tratados foram atribuídos a Arquimedes. De acordo com Netz (OCD s.v. Archimedes; 2004,
- Da esfera e (do) cilindro (2 livros)
- Das espirais
- De conoides e esferoides
- Do equilíbrio dos planos (2 livros ?)
- Da quadratura da parábola
- O contador de areia
- Dos teoremas da mecânica (= O método)
- Dos corpos flutuantes (2 livros)
Três outros tratados foram muito alterados ou reconstruídos durante a transmissão textual. Das medidas do círculo pode ser de Arquimedes, mas dois outros — bem curtos — certamente não são: o
Vários tratados subsistem somente na versão árabe ou latina e sua autoria é duvidosa; outros, rapidamente mencionados nos tratados em grego, não chegaram até nós. Uns poucos, muito fragmentários, provavelmente não são de Arquimedes; a única exceção é, talvez, Dos poliedros.
Seis tratados começam por uma “carta” de Arquimedes dirigida a um de seus amigos de Alexandria e que contextualiza a obra: o Da esfera e (do) cilindro (uma carta em cada livro), o De conoides e esferoides, o Das espirais, o Contador de areia e o Método.
No Portal, por enquanto, há somente uma sinopse:
Transmissão textual
Esses e outros tratados de Arquimedes devem ter sido conservados na Biblioteca de Alexandria, mas não foram reunidos em um corpus: os matemáticos da Antiguidade parecem ter tido acesso apenas a tratados isolados.
No início do século VI, o matemático Isidoro de Mileto[2] aparentemente preparou uma coletânea; no século IX, o erudito Leon de Tessalônica
Os mais antigos manuscritos (séculos
As traduções latinas de 1269 (Willem van Moerbeke,
O “Palimpsesto[4] de Arquimedes”, descoberto em 1906, roubado em 1920 e redescoberto em 1998, não faz parte dessa linha de transmisssão. Ele data do século X e o texto original foi apagado no século XIII para dar lugar a um livro de preces. Vários tratados puderam, no entanto, ser recuperados graças à moderna tecnologia e de um deles, Dos teoremas da mecânica (= O método), o palimpsesto é nossa única fonte.
William de Moerbeke Guilherme de Moerbeke Gulielmus de MoerbecumRecepção
Arquimedes é considerado um dos mais importantes cientistas da Antiguidade. Cícero, Tito Lívio, Plutarco e Políbio falavam dele com respeito e aparentemente o consideravam uma espécie de símbolo das aplicações práticas da matemática.
Pelo menos três estudiosos de Alexandria copiaram ou citaram passagens de Arquimedes: Heron (sæc. I), Theon (sæc. III) e Papo de Alexandria (sæc. IV). O filósofo neoplatônico Eutócio de Ascalon
Em nossos dias, sua influência transparece notadamente no livro Discursos e demonstrações em torno de duas novas ciências, de Galileu Galilei (1638), e em várias partes da obra de cientistas como Leibniz, Huygens, Fermat, Descartes e Newton.
De modo geral, os métodos de medida de Arquimedes e suas reflexões sobre estática e hidrostática formaram a base dos modernos estudos que moldaram o cálculo infinitesimal e a descrição do mundo físico através de modelos matemáticos.
Em 1651, o astrônomo Giovanni Battista Riccioli deu o nome de “Arquimedes” a uma grande cratera de impacto na face visível da Lua, localizada no