Parthenon de Atenas

-447/-432
Templo dedicado a Atena. Ictino e Calícrates, arquitetos; Fídias, escultor e diretor da obra.

O parthenon de Atenas é, basicamente, um templo de estilo dórico no exterior com detalhes, ornamentos e algumas colunas de estilo jônico no interior. Localiza-se no ponto mais alto da acrópole de Atenas (Ilum. 0126a), mede 69,5 X 30,85 metros e tem um peristilo de 8 X 17 colunas (fachada x laterais).

O templo tem cerca de 13400 pedras e foi todo construído com mármore pentélico. Dentro, na naos, ficava a gigantesca estátua criselefantina (de ouro e marfim) da deusa Atena, esculpida em -438 por Fídias (-490/-430) e hoje perdida.

O templo foi dedicado a Atena parthenos — 'Atena, a virgem' —, padroeira de Atenas, em -438, durante o festival das Grandes Panateneias. A construção, que começara em -447 por iniciativa de Péricles (-495/-429) e sob a direção geral de Fídias, ainda não terminara, o que ocorreria por volta de -432.

Os frontões e as métopas externas foram colocadas nas posições habituais do estilo dórico (Ilum. 0126b); excepcionalmente, porém, todas as métopas eram decoradas. Um friso contínuo, de estilo jônico, com cerca de 160 metros de extensão, recobria externamente a parte alta da parede da naos e do quarto do tesouro, por dentro da colunata. O relevo representava uma solene procissão, a Grande Panateneia, que fluía do oeste para o leste e culminava diante do pórtico, com a cena da entrega do novo peplo da deusa ao Arconte-Rei, à vista dos deuses do Olimpo.

Além das colunas externas dóricas (Ilum. i0023b), havia colunas dóricas também em volta da estátua cultual, na naos (Fig. 0033). Em volta do cômodo dos fundos, onde era mantido o tesouro da deusa, as colunas eram jônicas. Na colunata externa foi utilizada uma técnica conhecida por entasis, em que cada coluna é dotada de leve convexidade para compensar a ilusão de concavidade criada à distância pelas linhas paralelas de colunas muito altas. Vários outros refinamentos arquitetônicos foram utilizados para que, à distância, o templo oferecesse a perfeita ilusão de simetria e harmônica estabilidade.

Na figura infra, o pequeno retângulo assinala a posição da estátua de Atena e as letras e números, a distribuição dos relevos arquitetônicos:

Fig. 0033. Planta baixa e distribuição dos relevos.

Legenda dos sinais da Fig. 0033:

Frontões
A (oeste), disputa entre Atena e Posídon
B (leste), nascimento de Atena
Métopas
a (oeste), amazonomaquia
b (norte), destruição de Troia
c (leste), gigantomaquia
d (sul), centauromaquia
Frisos
1 cavaleiros
2, cavaleiros
3, carruagens
4, velhos, músicos, carregadores de oferendas e de animais para o sacrifício
5, mulheres
6, heróis epônimos
7, deuses
X, entrega do peplo

O templo permaneceu intacto até o século V, quando foi convertido em igreja cristã, dedicada inicialmente a Santa Sofia e, mais tarde, à Virgem Maria (é claro...). Essa conversão produziu muitos danos, e a estátua de Atena deve ter desaparecido nessa época. Mais tarde o templo tornou-se mesquita turca e, durante o cerco dos venezianos, em 1687, um depósito de pólvora explodiu e danificou ainda mais o edifício.

Abandono, sucessivos maus-tratos e pilhagens durante os séculos XVIII e XIX danificaram ou removeram praticamente todas as maravilhosas obras de arte do local. Parte das esculturas e relevos sobrevive no Museu Britânico, no Museu do Louvre e no Museu da Acrópole. Nos últimos anos, o governo da Grécia empreendeu uma intensiva campanha para a recuperação das esculturas do Parthenon, em especial as que estão no Museu Britânico, levadas por Lord Elgin em 1812, sem sucesso.

No final do século XIX começaram os programas de restauração do templo (1896-1900, 1922-1933 e 1975-). As figuras 0126c e 0126d dão uma ideia dos vestígios da colunata externa e de uma das paredes da naos em 1957, antes do atual programa de reforma do Ministério da Cultura da Grécia.

Veja os detalhes da estrutura e da ornamentação do Parthenon em imagines alterae; em nexus externi, outros aspectos do templo.

registro nº0126
in situAcrópole de Atenas
imagemLeo C. Curran, 1957
0126a  Ron Waller, 20060126b  “Codex”, 05/07/20120126c  Leo Curran, 19570126d  Leo Curran, 1957
fonte / ©Maecenas, by Leo Curran [site inativo]
0126a  Wikimedia Commons0126b  Wikimedia Commons0126c  Maecenas, by Leo Curran [site inativo]0126d  Maecenas, by Leo Curran [site inativo]
licença de usostatus desconhecido
0126a  domínio público0126b  CC BY-SA 3.00126c  status desconhecido0126d  status desconhecido