Xenofonte de Atenas
Ex-discípulo de Sócrates, soldado, aventureiro, proprietário rural, escritor plural e prolífico.
Sumário
Xenofonte de Atenas é uma das mais versáteis e fascinantes personalidades do Período Clássico.
Biografia
Nasceu em Atenas por volta de
Lutou novamente contra os persas, ao lado dos espartanos, e
Devido ao seu óbvio alinhamento com os interesses espartanos, na época contrários
aos de Atenas, os atenienses
Durante os 20 anos seguintes Xenofonte foi apenas um tranquilo
e abastado proprietário rural e escreveu grande parte de suas obras. Após a derrota
dos espartanos em Leuctras
Anos antes, com a reaproximação de Atenas e Esparta, seu exílio havia sido
revogado, mas ele aparentemente não voltou mais à pátria. Seu filhos, no entanto,
lutaram no exército ateniense e um deles, Grilo, morreu em Mantineia
Sua última obra parece ter sido escrita em
Obras sobreviventes. Sinopses
Todas as suas obras foram conservadas. A cronologia da maioria é pouco exata,
porém todas devem ter sido escritas depois de
É costume
obras “históricas” : Anábase, Helênicas, Agesilau(-360) ;- obras
“filosóficas” ousocráticas : Memoráveis, Apologia de Sócrates, Banquete, Econômico; - obras
“didáticas” : A Educação de Ciro(-370) , Constituição dos Lacedemônios, Comandante de cavalaria, Hieron, Da caça, Do rendimento (-355).
Constituição de Atenas, atribuída a ele pelos antigos, e mais algumas cartas, não são de sua autoria. Há também dúvidas sobre a autenticidade do pequeno tratado Da Caça.
Há, por enquanto, apenas duas sinopses em andamento no Portal:
Características da obra
Xenofonte era homem de ação. Sua concepção de vida, tradicionalista, aristocrática e antidemocrática, seguia de perto as ideias espartanas. Como bom ateniense, porém, sentia necessidade de discutir, argumentar, ponderar, explicar as razões de seus pensamentos e atos.
A despeito disso, ele registrou o estranho e incomum conceito, para um grego da sua época, de que todos os seres humanos — homens e mulheres, pessoas livres e escravos,
gregos e não gregos — têm a mesma capacidade para a virtude (Flower 2017,
Julga-se, também, que Xenofonte nada tinha de filósofo e que os escritos socráticos procuravam apenas defender a memória do amigo e transmitir seus ensinamentos. Esse conceito sobre sua aptidão para a filosofia tem sido, contudo, crescentemente revisto.
As variadas experiências vividas por ele se refletem na diversidade de sua obra;
a personalidade marcante do autor e suas ideias aparecem com nitidez em cada
parágrafo. De certa forma, essa é a principal razão de sua deficiência como
historiador: as narrativas contêm, principalmente, as lembranças e a visão pessoal
de Xenofonte. A despeito disso, o relato dos eventos ocorridos entre
Do ponto de vista linguístico, Xenofonte é um dos modelos mais perfeitos do dialeto ático. Suas narrativas podem parecer um pouco cansativas ao leitor moderno, porém seu estilo simples, elegante e correto é certamento um marco da literatura grega.
Ele foi um dos primeiros escritores gregos a escrever biografias (Agesilau). Educação de Ciro pode ser também considerado um romance histórico.
Suas obras eram muito lidas na Antiguidade e na Renascença. Graças à linguagem simples, correta e agradável, os textos de Xenofonte têm sido utilizados no ensino do grego antigo há séculos.
Manuscritos, edições e traduções
Os numerosos manuscritos de Xenofonte estão agrupados em três famílias. Os representantes mais antigos de cada uma delas são o Parisinus C (sæc. XIV), o Bodleianus (sæc. XV) e o Parisinus A (sæc. XV). Os dois Parisini estã na Biblioteca Nacional, Paris, e o Bodleianus na Biblioteca Bodleiana de Oxford.
A editio princeps de Xenofonte é a Juntina (Florença, 1516). As edições padrão ainda são a de Edgar Marchant (OCT,
A coleção Budé, que começou a publicar suas edições em 1930 (ed. Paul Masqueray, Pierre Chantraine, Marcel Bizos e outros), estava quase completa em 2019.
Em português, existem apenas traduções de algumas obras isoladas.