Zênon de Eleia
Para Aristóteles, ele criou a dialética, a arte de argumentar e discutir, e influenciou diretamente a escola megárica de filosofia.
Em nossa época, Bertrand Russel[1] afirmou que Zênon de Eleia estabeleceu os fundamentos da lógica.
Biografia e doutrina
Platão
De certo,
Desses "argumentos", os famosos "paradoxos" (aporias) de Zênon, conhecemos com algum detalhe apenas quatro: o da dicotomia, o de Aquiles, o da flecha e o do estádio. No paradoxo de Aquiles, um dos mais famosos, ele procurou demonstrar que o movimento é apenas uma aparência, pois nunca alcança o seu termo.
Imaginemos uma corrida entre Aquiles, o corredor mais rápido dentre os heróis da Mitologia, e uma tartaruga, símbolo da lentidão. Aquiles concede ao animal uma vantagem: percorrer um metro antes que ele saia do ponto de partida. De acordo com o senso comum, Aquiles seria certamente o vencedor; Zênon, porém, argumentou que o perseguidor tem que atingir, primeiro, o ponto de partida do perseguido, de modo que o mais lento, por ter saído na frente, estará sempre adiante do mais rápido.
Fragmentos, edições e traduções
Restam-nos apenas alguns fragmentos, conservados por Simplício. A doxografia é considerável e importante, notadamente as passagens de Aristóteles em que as doutrinas de Zênon são discutidas.
A primeira edição de Zênon é a de Karten (1835); posteriormente, ele foi editado por Mulach (1845) e por Zeller (1876). A mais completa coletânea, no entanto, é a obra de Diels e Kranz (61951). A edição crítica de Kirk, Raven e Schofield (41994), porém, é útil e cômoda.
Os fragmentos e a doxografia de Zênon foram traduzidos para o português por Gerd Bornheim em 1967 e por R. Kuhnen e Ísis L. Borges em 1973.