Alexandre III da Macedônia (-356/-323)

Os retratos esculpidos de Alexandre III, que chegaram até nós em razoável quantidade, compõem o paradigma de grande parte das representações de monarcas que se tornaram comuns durante o Período Helenístico.

Conquistador bem-sucedido, jovem rei que morreu jovem, Alexandre não usava barba, ao contrário dos gregos de sua geração, talvez para disseminar a imagem de juventude e se igualar a jovens heróis da Mitologia como Aquiles, a quem emulava (Smith, 1991). Seus oficiais e soldados adotaram essa prática.

Os retratos de Alexandre, assim como os dos reis helenísticos que o sucederam, mostravam o retratado caracteristicamente sem barba, com espessa cabeleira, expressão decidida, dinamismo e um certo ar de divindade, emprestado de representações de deuses e heróis do Período Clássico tardio.

Segundo Plutarco, Alexandre III autorizou apenas o escultor Lisipo a fazer retratos seus, pois considerava-o o único capaz de reproduzir sua beleza física e seu caráter ao mesmo tempo suave e feroz (Plutarco, Alexandre 4.1). Infelizmente, todos esses retratos esculpidos ou moldados em bronze por Lisipo se perderam. Grande quantidade de outros retratos chegaram até nós; são todos póstumos, de qualidade ruim ou apenas razoável, e de pequeno tamanho. Esse exemplar do British Museum tem 37 cm de altura.

Distinguem-se três tipos principais: o Azara, o Dresden e o Erbach. Em todos se nota a ἀναστολή, o 'repuxamento dos cabelos para trás', no alto da cabeça, e o aspecto juvenil. O estilo da Ilum. 0800a é intermediário (Dresden-Erbach) com marcada ἀναστολή; o da Ilum. 0800b é Erbach puro e o da Ilum. 0800c, o tipo Azara original, que retrata o rei com expressão um pouco mais madura.

Cópias e variantes dos diversos retratos de Alexandre continuaram sendo esculpidos muitos séculos após sua morte.