Baquílides / epinício 13

Este epinício foi apresentado entre -485 e -483 para celebrar a vitória do jovem Píteas de Egina, então com 17-20 anos, no pancrácio.

Dos 231 versos originais nos faltam os vv. 1-8, 13-39, 41-43 e 210-219 devido a lacunas no papiro. Os primeiros versos conservados aludem ao 1º trabalho de Héracles e, segundo a tradição, o herói recorreu a golpes utilizados pelos lutadores de pancrácio para dominar a fera (Fig. 085, à esquerda).

A tradução foi publicada por Maria Fernanda Brasete, do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, Portugal, em 2006. Reproduzo aqui a segunda antístrofe e o segundo epodo (Brasete, 2006).

A PÍTEAS DE EGINA, VITÓRIA NO PANCRÁCIO, JOGOS NEMEUS

ant. 2

Que mão feroz lança o Persida^[1]
ao pescoço do leão sanguinário
e com que tamanha destreza!
É que o refulgente bronze que subjuga os mortais

não quer perfurar o seu
intocável corpo!
A espada curvou-se
para trás! Assim anuncio:

neste lugar, um trabalho
penoso estará reservado aos Gregos,
para competirem pelas coroas do pancrácio.

epodo 2

A partir de agora, junto ao altar do soberano Zeus,
as flores da vitória, portadora

de glória aos homens,
alimentam o áureo e ilustre renome,
ao longo da vida,
de um pequeno número
de mortais; e logo que a nuvem sombria
da morte os cubra, deixará atrás de si

a glória imortal dos bons feitos,
com um destino bem fixo.