Cratino
O ateniense Cratino (gr.
Sumário
Biografia
De sua vida pessoal sabemos apenas que foi
Venceu os concursos cômicos em nove ocasiões, seis vezes nas Dionísias Urbanas e três vezes nas Leneias. Suas únicas
datas bem conhecidas se referem a duas vitórias nas Dionísias Urbanas, uma por volta de
Fontes: IG II2 2325. Ar. Ach. 848, Eq.
Características
Seu estilo era um tanto rude e abusado, e os cantos corais de suas comédias eram particularmente apreciados. Vários
trechos musicais se tornaram canções populares (v.g. Doro das sandálias de sicofanta e Artífices de hinos
bem modelados, Ar. Eq.
Ele foi também o primeiro a utilizar ásperas sátiras pessoais em suas comédias (Ath. 268d) dirigidas aos políticos do
momento, notadamente Péricles (c.
Obras
Conhecemos o título de 28 de suas comédias, mas temos noção sobre a data de algumas. As mais conhecidas são
Nêmesis (c.
Em Nêmesis, que abordava a união de Zeus e Nêmesis, da qual teria nascido Helena, Péricles era mostrado como o instigador da Guerra do Peloponeso. Em Quírones (sg. Quíron), o coro de sábios centauros denunciava a corrupção da época de Péricles e, no Dioniso representando Alexandre (que conhecemos graças a uma hipótese parcialmente conservada no P. Oxy. 663), Dioniso se disfarça de Páris / Alexandre para ficar com Helena, depois do "julgamento de Páris", mas foge de Troia quando as coisas começam a se complicar. Nessa comédia, que parece ter tido uma parábase, Péricles e sua companheira Aspásia foram mais uma vez duramente criticados.
Cratino também atacou os sofistas em Panoptas, os cultos estrangeiros em As Trácias e recordou com saudade os grandes poetas do passado em Arquílocos. Os Plutos, de caráter fabuloso, tratava, aparentemente, de riquezas lícitas e ilícitas, e Os Odisseus era uma paródia do episódio homérico de Odisseu contra Polifemo.
Edições e traduções
Os fragmentos de Cratino e a doxografia sobre suas obras foram reunidos por Runkel (Leipzig, 1827, infra),
Meineke (Berlim, 1847), Kock (Leipzg, 1880), Pieters (Leiden, 1946) e Edmonds (1957), entre outros. Atualmente,
Passagens selecionadas
Em português, dispomos apenas de dois ou três fragmentos traduzidos por Maria de Fátima Sousa e Silva (Lisboa, 1997).