O planejamento urbano, já conhecido há séculos no Oriente Médio[1],
  desenvolveu-se na Grécia Antiga em cidades
  novas como Mégara Hibleia, na Sicília, Esmirna, na costa da Ásia, ou no pequeno
  assentamento de Vrulia em Rodes.
A ágora arcaica de Mégara Hibleia
  As novas póleis, fundadas no fim do século
  -VIII, eram mais organizadas do que Corinto, Tebas, Atenas e outras
  cidades mais antigas. Em Mégara Hibleia, por exemplo, o cemitério ficava a considerável
  distância da área residencial.
  Mégara Hibleia era formada, em -650/-600, por construções dispostas,
  segundo um plano ortogonal, em blocos regulares, de forma mais ou menos retangular, em
  torno da ágora. Na ágora, praça aberta onde a população de reunia para diversos
  fins, havia dois templos e dois pórticos (estoás)[2].
  Em Vrulia, por volta de -650, uma linha de
  casas de plano uniforme foi edificada ao longo de uma única rua; todas tinham uma
  divisão maior nos fundos. Em Esmirna, no século -VIII, as casas do centro
  eram protegidas por robusta muralha. No século -VII, após um incêndio,
  diversas ruas foram traçadas segundo um eixo norte-sul. Casas retangulares
  e amplas, com duas ou três divisões, foram então construídas em fila contínua, a frente
  voltada para as ruas.
  As habitações particulares, como era de se esperar, tinham forma muito variável, mas
  quase sempre com poucas divisões retangulares. Mas em Lathouresa, na Ática, algumas
  casas tinham grupos de quartos quase curvilíneos, embora o cômodo maior fosse
  retilíneo.
  Em Andros e Quios, por volta de -700, diversas casas possuíam um cômodo
  grande que se abria para um pórtico e, no interior, postes de madeira apoiados em
  pedras sustentavam o teto, resquício do Período Micênico. Nas casas grandes de Andros,
  o cômodo grande e divisões menores se abriam para um pátio parcialmente coberto. Em
  Tassos, no final do século -VII, havia casas com um pórtico de frente para
  o pátio.
  Em Mégara Hibleia todas as casas tinham, praticamente, uma só divisão com
  paredes de 4-5 metros de comprimento. Nas casas da Esmirna do século
  -VII as paredes eram largas, feitas de blocos de adobe assentados em
  alicerces de pedra; quase sempre havia um segundo andar. As casas situadas fora das
  muralhas continuaram, porém, a seguir os modelos mais antigos.