Eco (gr. Ἠχώ), uma ninfa dos
bosques e das fontes, era de uma tagarelice irrefreável. Ia sempre ao Olimpo, a
pedido de Zeus, para distrair Hera com sua conversa enquanto o rei dos deuses e dos
homens dava suas voltinhas entre os mortais (ou melhor, entre as mortais). Hera,
porém, acabou descobrindo o ardil e puniu a pobre ninfa tirando-lhe o
dom da fala e condenando-a a repetir apenas as palavras que ouvia dos
outros.
Narciso (gr. Νάρκισσος), filho do
deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope, era um moço de grande beleza, porém
insensível ao amor. Muitas jovens e diversas ninfas se apaixonaram por ele, mas não
tiveram nenhum sucesso. A ninfa Eco, com alguma dificuldade,
declarou-lhe também seu amor e ficou tão desesperada ao ser repelida
que começou a definhar: o belo corpo desapareu e por fim restou apenas a sua
voz.
As demais ninfas, revoltadas, clamaram por vingança e foram atendidas por
Nêmesis. Certo dia, durante uma caçada, Narciso se debruçou sobre a fonte de
Téspias, perto do Monte Hélicon; ao contemplar a superfície da água
apaixonou-se pelo que viu, isto é, por seu próprio reflexo. Indiferente
a tudo, o moço não mais saiu dali e nem mesmo conseguia tirar os olhos de sua
imagem. Acabou morrendo de inanição e, no local de sua morte, brotou a flor chamada
narciso.
Fonte
O mito de Narciso era conhecido por Pausânias (9.31.7-9) e, talvez,
por Estrabon (9.2.10); mas a versão mais conhecida da lenda é, indubitavelmente, a
do poeta romano Ovídio (Met. 3.339-510).