O Neolítico em Chipre

-6000 a -3000

O Neolítico de Chipre tem, assim como o de Creta e o da Grécia Continental, uma fase acerâmica (-6000 a -5800) e uma fase cerâmica (-5000 a -3000), esta superposta ao Bronze Antigo em algumas áreas.

Fase acerâmica

O sítio mais antigo e mais importante é o de Khirokitia (-6000/-5800). O estabelecimento era uma verdadeira metrópole neolítica, com 300 a 600 habitantes, cercada por sólida muralha de pedra.

aldeia de Khirokitia
Fig. 0239. Antiga reconstituição da aldeia de Khirokitia

A aldeia era atravessada por longo caminho recoberto de lajes de pedra, separando o agrupamento de casas, abobadadas (tolos)[1] em sua maioria. As fundações eram de pedra, as paredes de adobe e elas ficavam todas próximas umas das outras, como algumas construções contemporâneas da Ásia Ocidental.

As pessoas usavam vestes de lã, os pratos e as demais vasilhas eram todos de pedra e a obsidiana utilizada nos instrumentos era importada da Anatólia. Foram encontradas pequenas figuras humanas com traços faciais esquemáticos, sem indicação do sexo, esculpidas em andesito[2].

As sepulturas, individuais, eram fossas escavadas sob o pavimento das casas, ou entre elas. A grande quantidade de esqueletos permite estimar que os homens tinham cerca de 1,61 m e alcançavam em média a idade de 35 anos; as mulheres mediam aproximadamente 1,51 m e chegavam em geral aos 33 anos; a mortalidade infantil era elevada.

Fase cerâmica

Em Chipre, os primeiros vasos de cerâmica foram produzidos em Troulli (-5000), considerada praticamente uma continuação da cultura de Khirokitia. Diversos sítios arqueológicos mostram que a ocupação da ilha persistiu até o final do Neolítico, mas somente em agrupamentos dispersos, pequenos e de pequena duração.

Um milênio mais tarde (-3700/-3000) os agricultores da cultura de Sotira, no extremo sul da ilha, fabricaram vasos com decoração mais sofisticada e, além das habitações do tipo tolo, construíram também casas de planta retangular, com duas ou três divisões.