A parte inicial do hino a Apolo Délfico nº 2 é uma invocação às musas e um convite à celebração do deus Apolo, divindade a quem os peãs eram usualmente dedicados.
Essa estruturação já estava presente nos hinos homéricos, criados cerca de cinco séculos antes deste peã.
Vinde a esse Parnasso que ao longe se vê, que ama os coros,
escarpado e de dois picos, e dirigi nossos hinos,
ó Piérides; ficai nas rochas cobertas de neve, Heliconídeas[1],
e celebrai o Pítio de dourados cabelos que de longe fere,
5Febo[2], a quem a abençoada Letó deu à luz perto do glorioso lago,
angustiada, abraçada a cintilante e viçosa oliveira, um ramo nas mãos.
Exulta a abóbada celeste toda, brilhante e sem nuvens;
o éter interrompeu o sopro de ventos tempestuosos,
Nereu parou as ondas de profundo estrondo
10e também o grande Oceano, que rodeia a terra com braços curvos e úmidos.