O epigrama helenístico

Papiro com epigramasPapiro com epigramas

Durante os Períodos Arcaico e Clássico o epigrama era, em geral, apenas um par de versos inscritos em diversos tipos de monumento. Do século -III em diante, porém, o epigrama se tornou um gênero literário independente e quase completamente dissociado de suas origens. Isso não significa, é claro, que epigramas deixaram de ser utilizados em inscrições.

No início do Período Helenístico, os livros de epigramas eram um tanto longos e os versos não seguiam o metro elegíaco. Posidipo de Pela (-310/-240) parece ter sido o primeiro a escrever um livro de epigramas em dísticos elegíacos e, posteriormente, muitos outros autores seguiram essa norma.

No Período Helenístico o epigrama atingiu um alto nível literário e se tornou, como a poesia lírica, a expressão das mais diversas expressões do sentimento (Lesky, 1995). A enorme variedade da temática do epigrama helenístico reflete os mais diversos interesses da cultura helenística: dedicatórias e epitáfios literariamente "embelezados", muitos deles fictícios, elogios aos vencedores dos jogos, temas pastorais, temas envolvendo mulheres, crianças, animais, vinho, política, sátira, etc.

Muitos poetas que se dedicavam a outros gêneros literários, como Teócrito e Calímaco, fizeram também algumas incursões no epigrama. A maior parte deles foi conservada pela Antologia Palatina.