Os apócrifos do Novo Testamento
Coletânea de textos anônimos escritos nos primeiros séculos do cristianismo, não reconhecidos pelo cristianismo ortodoxo e por isso não incluídos na Bíblia.
Aos apócrifos do Novo Testamento, também chamados de evangelhos apócrifos (gr. canônicos
, i.e., oficialmente considerados
autênticos
por autoridades religiosas e incluídos no Novo Testamento.
Os apócrifos foram criados depois do século II, provavelmente. A primeira separação entre os dois grupos data de 325 e foi determinada pelo Primeiro Concílio de Niceia, convocado pelo imperador romano Constantino I, que havia aderido ao cristianismo. A separação atual foi imposta pelo Concílio de Trento, convocado pelo Papa Paulo III, representante máximo da Igreja Católica, entre 1545 e 1563.
O termo grego apócrifo significa, literalmente, ‘coisa escondida’. A palavra adquiriu conotação eminentemente negativa a partir do
Concílio de Trento e “apócrifo” se tornou sinônimo de espúrio ou
É notável, no entanto, que entre os diversos ramos do cristianismo há controvérsias a respeito de quais são, efetivamente, os textos apócrifos. A Igreja Ortodoxa da Etiópia, por exemplo, considera autêntico o Pastor de Hermas (sæc. II) e a Peshitta, bíblia da Igreja Siríaca, utilizada por muitas Igrejas da Síria, não inclui o Apocalipse de [João].
Textos principais
Os temas mais comuns dos apócrifos do Novo Testamento são os relatos dos primeiros anos e
ensinamentos de Jesus Cristo (c.
Alguns têm natureza doutrinária e
tratam, entre outras coisas, da natureza de Deus ou constituem versões rivais dos evangelhos
canônicos. Muitos foram escritos por autores pertencentes às diversas seitas
Eis uma pequena lista dos textos (evangelhos
) mais conhecidos:
Manuscritos, edições, traduções
A tradição papirológica e manuscrita, como era de se esperar, é muito extensa e de qualidade irregular. Não há, ainda, uma edição única de todos os textos conhecidos; as mais completas e mais usadas pelos estudiosos são a de James (Oxford, 1924), a de Metzger (Oxford, 1987) e a de Schneemelcher (Westminster, 61989, 2 v.).
Em português, dispomos apenas de traduções de textos selecionados, reunidos em coletâneas parciais (ver Leituras recomendadas, infra); a Editora Vozes, por outro lado, têm publicado alguns apócrifos de forma avulsa. Infelizmente, não tive ainda a oportunidade de verificar, nessas publicações, quais foram traduzidos diretamente do grego.