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Os escritores cristãos

O cristianismo, movimento religioso originado na Judeia dominada por Roma, se espalhou a partir da segunda metade do século I dC entre as comunidades helenizadas do Oriente romano.

Sumário

Os primeiros autores cristãos (gr. Χριστιανός), para difundir sua fé, se valeram da língua mais falada na região: o grego comum[1].

Aqui, serão apresentados os principais autores e textos cristãos anteriores a -529.

Primeiros escritos

Até a metade do século II, mais ou menos, as obras mais importantes da literatura cristã eram o Novo Testamento (NT)[2], as Epístolas de Santo Inácio (35/107) e o livro O Pastor, de Hermas (c. 140). Esses textos circulavam, basicamente, à margem da sociedade pagã e nenhum deles tinha pretensões literárias. Foram escritos pelos mais antigos apóstolos da Igreja, para uso das comunidades cristãs primitivas, e se destinavam sobretudo à κατήχησις ('catequese', lit.' ensino oral') e à liturgia.

miniaturaJesus Cristo

O Novo Testamento contém apenas uma fração da produção literária das primeiras comunidades cristãs. Vários textos não canônicos (não "oficiais") sobre a vida e a obra de Jesus Cristo (-7/30), escritos notadamente a partir do século II, fazem parte de uma coleção conhecida por "Apócrifos do Novo Testamento", cuja autoridade não é reconhecida pela maioria das correntes da Igreja Católica e de outras comunidades cristãs.

Séculos II-III

Da segunda metade do século II em diante foram criaram as primeiras obras cristãs de valor literário e não apenas doutrinário. Os escritores dessa fase, versados na cultura helênica, recorriam aos gêneros literários pagãos para polemizar ou rebater acusações (apologias[3]), para explicar as escrituras (exegeses), para combater as heresias[4] ou apenas para o sacerdote trocar ideias com os fiéis (homílias).

Os escritores mais importantes da segunda fase foram São Justino, Santo Irineu, Hipólito de Roma, Panteno, Clemente de Alexandria e Orígenes.

Séculos IV-V

O cristianismo teve enorme expansão durante o século IV, estimulado pelos próprios imperadores romanos, que adotaram o cristianismo como a religião do Império e progressivamente reduziram o paganismo a quase nada. A Igreja Cristã se organizou e surgiram os primeiros monastérios, mas os cristãos tiveram que enfrentar uma espécie de cisma, devido a numerosas e populares heresias que minavam a autorida da Igreja "oficial".

Os mais importantes escritores cristãos da época foram Eusébio, Santo Atanásio, São Basílio, São Gregório de Nazianzo, São Gregório de Nissa, São João Crisóstomo e Teodoreto.

Patrologia grega

A Patrologia Graeca é uma edição dos escritos de antigos e influentes teólogos cristãos, os “pais da Igreja”, e de autores não vinculados ao cristianismo desde os séculos I/II até o século XV, em 161 volumes, editados em 1857/1866 pela J.P. Migne's Imprimerie Catholique, Paris.

Os primeiros 81 volumes contêm apenas a versão latina dos originais, mas os demais trazem o texto grego e o texto latino lado a lado.