Filolau de Crotona
Filolau de Crotona (gr.
Sumário
Filolau parece ter sido o primeiro a divulgar as doutrinas pitagóricas e é graças a ele que dispomos de algumas informações sobre os pitagóricos antigos.
Biografia
Praticamente nada se sabe de sua biografia; nossa única fonte é Diógenes Laércio. Filolau
nasceu em Crotona (D.L.
É provável que tenha vivido algum tempo em Tarento, na Magna Graecia, e que visitou Tebas. Possivelmente, escreveu um livro a respeito da doutrina pitagórica, denominado Da Natureza, o primeiro escrito por um dos pitagóricos. Parece que, anos depois de sua morte, o livro foi adquirido por Platão.
Seus principais discípulos foram Arquitas de Tarento
Cosmologia e matemática
Do livro de Filolau de Crotona, escrito em dialeto dórico, restam alguns poucos fragmentos e os testemunhos de vários eruditos que o leram ou conviveram com ele e outros pitagóricos, e receberam informações orais.
Na cosmologia de Filolau, os componentes do Universo pertencem a dois grupos, apenas, o dos
limitadores e o dos ilimitados.
O exemplo dado por Filolau sobre a harmonia de limitadores e ilimitados é o da
escala musical, que define os sons de acordo com um certo número de proporções: a oitava, a quinta
e a quarta correspondem a 2:1, 4:3 e 3:2, respectivamente. O Universo estaria portanto estruturado
por relações numéricas, e para
O conceito dos opostos e o da harmonia foram também usados por Filolau na tentativa de explicar a natureza da alma (Arist. de An. 407b), que ele situava no coração (Philol. F 13).
Contribuição à astronomia
Filolau acreditava que, no
centro do universo,
Imaginava também que, além dos outros quatro planetas
Fragmentos, edições e traduções
Cerca de 20 fragmentos de sua obra chegaram até nós, dentre os quais onze são provavelmente genuínos — assim como ocorreu com Pitágoras, muitos textos atribuídos a ele foram escritos muito depois de sua morte. Extensas passagens sobre suas ideias, no entanto, foram conservadas e comentadas por Aristóteles e por Estobeu.
As coletâneas mais importantes são a de Boeckh (1819) e Diels e Kranz (61952). O trabalho de Kirk, Raven e Schofield (41994), que existe em tradução portuguesa, contém vários fragmentos traduzidos e comentados.
Passagens selecionadas
A doxografia e os fragmentos foram reunidos e traduzidos para o português por Gerd Bornheim em 1967.