Novo Testamento / Evangelho de Lucas

Κατά Λουκᾶν εὐαγγέλιον Euangelium secundum Lucam Ev. Luc.70 / 90

O evangelho segundo Lucas (gr. Κατὰ Λουκᾶν εὐαγγέλιον), escrito seguramente entre 70 e 90, é atribuído desde a Antiguidade a Lucas, um pagão convertido ao cristianismo.

miniatura Lucas, o evangelista

A crítica moderna parece inclinada a apoiar a tradição e reconhece, ainda, que Lucas deve ser o autor do livro Atos dos Apóstolos.

O texto de Lucas

Lucas (gr. Λουκᾶς) era médico, segundo a tradição, e foi amigo e discípulo de São Paulo, a quem acompanhou em algumas de suas viagens. Não conheceu Jesus Cristo pessoalmente; seu texto se baseia em Q, no evangelho de Marcos e em informações colhidas junto a testemunhas oculares.

A linguagem, fortemente influenciada pela koiné, límpida e elegante, é a mais correta dos quatro evangelhos; seu estilo é relativamente puro, com poucos latinismos e raros semitismos, e a sintaxe é cuidadosa.

As narrativas são interessantes e não desprovidas de certa técnica literária. Cristo é apresentado de modo extremamente humano, demonstrando grande preocupação com os pobres, com os doentes e também com os marginalizados pelo judaísmo oficial da época: pecadores, samaritanos e mulheres. Cerca de metade das informações do texto são exclusivas de Lucas e não são mencionadas nos demais livros do Novo Testamento.

Argumento e resumo

O texto está dividido em 24 parágrafos (ou capítulos) e ocupa 73 páginas da edição de Westcott e Hort (1885), na qual se baseia este resumo.

Há cinco divisões: introdução (1.1 a 1.4) e primeiros anos de Jesus (1.5 a 2.52); preparação para o ministério (3.1 a 4.13); ministério da Galileia (4.14 a 9.50); a caminho de Jerusalém (9.51 a 19.44); crucificação e ressurreição (19.45 a 24.53).

Algumas das mais belas histórias da vida de Cristo são contadas por Lucas: a ressurreição do jovem de Naim (7.11-17), a parábola do bom samaritano (10.29-37), a da dracma perdida e a do filho pródigo (15.8-32), a do rico e Lázaro (16.19-31), a do fariseu e do publicano (18.9-14), e o relato dos discípulos a caminho de Emaús (24.13-35).

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