Sófocles / Antígona
Antígona (gr.
Polinices
A data é um pouco controvertida, mas a maioria dos eruditos a situa nos anos
A tragédia contém 1353 versos e foi provavelmente representada nas Dionísias Urbanas, mas não sabemos quais os outros dramas produzidos na mesma ocasião. A julgar pela lista de tragédias incompletas de Sófocles e por outros razões, o tema das tragédias não era interligado (Griffith, 1989, p. 21). Segundo a tradição, a repercussão da tragédia foi tão grande que, pouco tempo depois, Sófocles foi eleito estrátego.
Hipótese
Logo após a fracassada tentativa dos sete chefes contra Tebas, Creonte, rei de Tebas, decreta que os cadáveres dos inimigos da cidade ficarão insepultos e sem os ritos fúnebres de praxe (na falta deles, a alma dos mortos não seria recebida por Hades). A penalidade estipulada para quem desobedecesse o decreto era a morte.
Polinices, um dos filhos de Édipo e sobrinho de Creonte, estava entre os atacantes; o decreto de Creonte, portanto, se aplicava também a ele. Antígona, revoltada com a ordem do tio, cobre secretamente o corpo do irmão com um pouco de terra e realiza alguns dos rituais que a religião grega preconizava para os mortos.
Descoberta, Antígona confronta Creonte com coragem e altivez, mas é condenada à morte. Posteriormente as profecias de Tirésias amedrontam Creonte e ele recua; ordena a imediata libertação da moça, mas ao
Dramatis personae
Mise en Scène
A cena se passa inteiramente diante do palácio real de Tebas; de seu pórtico saem o rei e os membros da família real, e os personagens que estavam fora da cidade chegam pelo párodo. O cenário, portanto, provavelmente representava apenas o pórtico do palácio; uma abertura permitia mostrar o interior, como por exemplo na cena que menciona a morte de Eurídice.
Um dos atores fazia o papel de Creonte; outro, o de Antígona, Eurídice e o do Primeiro Mensageiro; e outro o de Ismene, o do soldado, o de Hemon e, provavelmente, o de Tirésias e o do Segundo Mensageiro. Há dúvidas quanto aos papéis que cabiam ao protagonista, ao deuteragonista e ao tritagonista.
Resumo da tragédia
Prólogo (1-99), párodo (100-161), 1º episódio (162-331), 1º estásimo (332-75), 2º episódio (376-581), 2º estásimo (582-625), 3º episódio (626-780), 3º estásimo (781-801), 4º episódio (802-943), 4º estásimo (944-87), 5º episódio (988-1114), 5º estásimo (1115-1154), êxodo (1155-1353).
Manuscritos, edições e traduções
O principal manuscrito é o Mediceus (Laurentianus xxxii 9) da Biblioteca Laurenciana de Florença (c. 1000). A editio princeps é a Aldina, publicada em Veneza por Aldus Manutius em 1502.
Principais edições modernas do texto isolado: Colonna (1941), Kamerbeek (1945), Anania (1957), Müller (1967) e Griffith (1999).
Passagens selecionadas
- Sófocles / Antígona 334-52
A primeira tradução para o português é a de João Cardoso de Meneses e Souza, o Barão de Paranapiacaba, de 1909. Depois vêm as de Eusébio Dias Palmeira (1957), Maria Helena da Rocha Pereira (1958, revisada em 1996), Guilherme de Almeida (1952), Domingos Paschoal Cegalla (1970), Fernando Melro (1983), Donaldo Schüler (1999), Trajano Vieira (2009) e Sueli Maria de Regino (2017).