Ésquilo / Sete Contra Tebas 1-20
O prólogo, parte da tragédia que antecede a entrada do Coro, é apresentado por Etéocles e por um Mensageiro. Reproduzo aqui a tradução de Mota dos primeiros 20 versos, efetuada em 2002 e publicada na Revista Archai no início de 2013, após revisão do autor.
Pequenos erros de digitação foram corrigidos e, em benefício dos visitantes do Portal, acrescentei esclarecimentos referentes aos versos 1, 4 e 9 no final da página, em forma de notas.
ETÉOCLES
Cidadãos de Tebas[1], quem quer que comande os negócios da cidade,
o leme na mão, os olhos abertos contra o sono,
precisa oportunamente dizer o que convém.
Pois, se agirmos bem, razão é Deus;[2]
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mas, ao contrário — que isso não aconteça!
— e desgraças sobrevierem,
o nome Etéocles por muitos na cidade
será entoado desde já em louvores cheios de lamentos
pelas ruas. Que Zeus libertador
venha a ser celebrado na cidade de Tebas![3]
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Vocês agora, seja quem mal deixou
o vigor da juventude ou quem já não é mais jovem,
cada um de acordo com a idade que possui,
no primor da vida e da força, o corpo inteiriço,
precisa socorrer a cidade e os altares dos deuses
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da terra, não se mostrando contrário a honrar
a mãe terra doce nutriz de seus filhos.
Pois ela foi clemente quando os jovens se arrastavam pelo chão,
acolhendo todos eles, junto com suas misérias,
revigorando-os como cidadãos armados de escudos,
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homens fiéis sempre que for preciso.