Platão / Banquete 185c-186e
A passagem mostra uma das intervenções do médico ateniense Erixímaco nas discussões, na qual discorre sobre a "teoria dos opostos" e dá uma receita prática para o soluço.
A tradução é do Prof. J. Cavalcante de Souza (1966).
185c (...) Disse Aristodemo que devia falar Aristófanes, mas
E Erixímaco
186a Com efeito, quanto a ser duplo o Amor,
Ora, eu começarei pela medicina a minha fala, afim de que também homenageemos a arte. A natureza dos corpos, com efeito, comporta esse duplo amor; o sadio e o mórbido são cada um reconhecidamente um estado diverso e dessemelhante, e o dessemelhante deseja e ama o dessemelhante (...)"
É de fato preciso ser capaz de fazer que os elementos mais hostis no corpo fiquem amigos e se amem mutuamente. Ora, os mais hostis são os mais opostos, como o frio ao quente, o amargo ao doce, o seco ao úmido, e todas as coisas desse tipo; foi por ter entre elas suscitado amor e concórdia que o nosso ancestral Asclépio, como dizem estes poetas aqui, e eu acredito, constituiu a nossa arte (...)