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Vida de Hipócrates

Ἰπποκράτους Βίος Vita HippocratisVit. Hippoc. Sæc. X

Há várias fontes antigas da Geneologia e vida de Hipócrates (gr. Ἰπποκράτους Γένος καὶ Βίος), todas bem posteriores à sua morte (c. -380).

miniaturaHipócrates

Boa parte dos dados é de natureza anedótica e há variações apenas no detalhamento das informações.

A Vita mais extensa e completa pode ser encontrada em diversos manuscritos com os textos hipocráticos. Incorretamente atribuída pela tradição a Sorano de Éfeso (fl. 98/138), sua data é provavelmente bem mais tardia.

Temos também um verbete da Suda (ι.564 = s.v. Ἰπποκράης), que data do século X e se baseia em textos reunidos por Hesíquio (sæc. VI), por sua vez breve resumo das informações coligidas pelo Pseudo-Sorano.

Uma passagem do Livro de histórias 7.986) de Ioannes Tzetzes (1110-1180) sobre Hipócrates de Cós, em versos, informa também que sua fonte é “Sorano de Éfeso”.

Há ainda uma pequena e anônima Vita em latim no folio 52v do MS Bruxellensis 1342-1350, da Biblioteca de Bourgnone (Bruxelas, sæc. XII), escrita provavelmente no século V, e mais duas biografias em árabe.

Resumo

Este resumo se baseia no verbete da Suda, que ocupa duas páginas da edição de Adler.

Os parágrafos 1-4 informam nome, cidade de origem, ascendência e mestres de Hipócrates; o parágrafo 5 menciona sua amizade com o rei Perdicas, da Macedônia. O sexto parágrafo nomeia seus filhos e conta que faleceu aos 104 anos e foi enterrado em Larissa, Tessália. Os parágrafos 7-8 revelam seu hábito de cobrir a cabeça, seu gosto por viagens e a fama que obteve com seus escritos.

miniaturaHipócrates recusa o pedido

Nos parágrafos 8-12, conta-se que o rei Artaxerxes da Pérsia mandou buscá-lo, e é revelada a carta enviada pelo rei ao sátrapa Histanes [sabemos pelo Pseudo-Sorano que Hipócrates recusou e também mandou uma carta ao rei].

Nos últimos parágrafos (13-16), alguns textos hipocráticos são brevemente comentados e o último dá a entender que são em número de sessenta.

Manuscritos, edições e traduções

A editio princeps da βίος do Pseudo-Sorano é a Aldina, de 1526; a da Suda é a de Demetrios Chalcondyles (Milão, 1499). A edição moderna mais importante do Pseudo-Sorano é a de Ilberg (1927), até hoje em uso; da Suda temos várias, como as de Gaisford (1834), Bekker (1854), Adler (1928-1933) e a de Zorzos (2009), entre outros; a de Adler ainda é a mais utilizada. Do Livro de histórias de Tzetzes temos a edição de Kiessling (1826).

Há uma tradução latina do texto do Pseudo-Sorano (Calvus, 1525), anterior à Aldina, mas o texto grego nunca foi traduzido para o português, e nem as versões de Tzetzes e do manuscrito de Bruxelas.

Passagens selecionadas

Publiquei, há alguns anos, a tradução portuguesa comentada do verbete da Suda (Ribeiro Jr., 2003 e 2005). A tradução está disponível aqui, na íntegra (ver Passagens selecionadas).

Os comentários estão também disponíveis on-line (ver referências bibliográficas).