A prática religiosa grega
Se alguém sabe dizer e fazer o que é agradável aos deuses, com preces e sacrifícios, é isso a piedade, que salva a família e cidade.
Os antigos gregos não utilizavam nenhuma palavra parecida com o termo
“religião”, de uso corrente entre nós; para eles, o que importava era a
Todas as coisas eram da alçada
dos deuses e deles não se esperava nenhum favor especial; a exemplo dos
homens, eles agiam de acordo com o que recebiam (“toma lá, dá cá”): ver e.g. a inscrição de Mantiklos (
Não havia textos sagrados, nem regras fixas, nem sacerdotes profissionais. Eram os adivinhos e os oráculos, intérpretes de revelações da vontade divina, que auxiliavam os homens a entender os desígnios dos deuses.
E os bons desígnios divinos eram atraídos pelas práticas religiosas, que envolviam, via de regra, preces e libações, oferendas e sacrifícios de vários tipos.
As práticas que demonstravam o respeito aos deuses ou solicitavam sua intervenção em assuntos humanos podiam ser de interesse coletivo ou comunitário (“religião” pública), ou de interesse pessoal (“religião” privada).
Havia práticas religiosas públicas, como o culto aos deuses do Olimpo e aos heróis em diversos templos e santuários, e festivais religiosos de diversos tipos realizados periodicamente pelas póleis.
Na vida privada, além das preces e oferendas de caráter pessoal a um deus ou a um herói, era muito praticado o culto aos mortos. Após a morte, todos iam para o mesmo lugar, o Hades; mas, para isso, era essencial que os ritos fúnebres fossem escrupulosamente cumpridos.
Na esfera pessoal havia ainda os cultos de mistérios e, na esfera pública, os numerosos festivais religiosos celebrados pela pólis.