Bloco de três faces com relevos na parte externa, descoberto em 1887 na Villa Ludovisi, Roma; trata-se, provavelmente, de obra grega original. As Ilum.
0008a-c mostram o “trono” em diversos ângulos.
No painel central, uma divindade nua sai do mar (ou de um rio) com o auxílio de duas mulheres. Notar, além disso,
as pedras, semelhante ao cascalho de rios ou de praias, sob os pés das duas ajudantes.
Trata-se, provavelmente, de uma Ἀφροδίτη
ἀναδυομένη, ‘Afrodite que
sai do mar’, representação que evoca o nascimento da deusa a partir da espuma
do mar, formada pelo esperma de Urano. A deusa aparece seminua ou “pouco vestida”, coisa raramente vista durante o Período Clássico.
As ajudantes são, talvez, duas Horas.
Esse era o título da célebre pintura de
Ápeles de Cós (fl. sæc. -IV), cuja descrição conhecemos graças às
informações de Estrabon (14.2.19) e de Plínio, o Antigo (HN 35.91). Imagens
com esse tema mostram a deusa emergindo de uma concha, como nas [Ilum. 0457] e [Ilum. 0912], ou
diretamente do mar, como na imagem supra.
No painel lateral direito, uma mulher vestida prepara o incenso; no painel esquerdo, mulher nua de pernas cruzadas (uma hetera?)[1] toca despreocupadamente um aulo. Essa postura é raríssima na arte grega antiga.