Este pequeno trecho do Hino a Zeus, traduzido por Maria Helena da Rocha
Pereira, ilustra a identificação do “princípio ativo” estoico, que cria e recria a
natureza, com o próprio Zeus da Mitologia.
Hino a Zeus
Ó mais glorioso dos imortais, deus de muitos nomes e sempre poderoso
Zeus, senhor da natureza, que tudo governa com leis,
salve! Pois a todos os mortais é lícito falar-te.
(...)
Não se faz sobre a terra obra alguma sem ti, ó deus,
nem sobre o etéreo pólo divino, nem sobre o mar,
excepto os actos dos malvados na sua demência.
Mas tu sabes ajustar mesmo o que é discordante
e ordenar o que é caótico, e ódio em ti é amor.
E assim harmonizaste tudo o que é nobre com o que é vil,
numa só unidade, de modo a originar uma Palavra eterna de tudo,
a que fogem aqueles dos mortais que são inferiores,
insensatos, sempre a almejar a posse do bem,
sem verem nem atenderem à lei universal do deus,
em cuja obediência seriam conosco felizes.