Sófocles / Édipo Rei

Οἰδίπους Τύραννος Oedipus Tyrannus S. OT -429 / -425
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Edipo Rei (mais corretamente: Édipo Tirano, gr. Οἰδίπους Τύραννος), de Sófocles, é talvez a mais célebre e a mais representada das tragédias gregas.

miniatura Creonte, o Coro e Tirésias

Tanto o filósofo Aristóteles, na Antiguidade, quanto os dramaturgos franceses do século XVII a consideravam a tragédia mais bem construída e mais bem estruturada de todas.

A data exata desta tragédia de 1530 versos não é conhecida; estima-se a primeira apresentação entre -429 e -425. Sabe-se que Sófocles foi contemplado em segundo lugar no concurso dramático e que o primeiro lugar coube a um certo Filocles, possivelmente sobrinho de Ésquilo.

Argumento

Na poderosa cidade de Tebas reinavam Édipo, o matador da Esfinge, e a rainha Jocasta. Diante de grave epidemia, o rei consulta o Oráculo de Delfos e descobre que a causa da peste é a presença na cidade do desconhecido assassino de Laio, rei anterior e primeiro marido de Jocasta. Ao investigar a morte do antigo rei, ocorrida anos antes, Édipo acaba descobrindo que Laio era seu pai; que ele, Édipo, o havia matado e que estava, portanto, casado com a própria mãe. Jocasta, desesperada, se mata; Édipo cega a si mesmo e parte para o exílio.

Personagens do drama

Édipo rei de Tebas Creonte irmão de Jocasta Coro velhos tebanos Tirésias adivinho tebano Jocasta viúva de Laio, esposa de Édipo, rainha de Tebas Sacerdote um tebano Mensageiro I um coríntio Servidor de Laio um antigo pastor Mensageiro II servidor de Édipo

Personagens mudos: Antígona e Ismene (filhas de Édipo), suplicantes.

Mise en Scène

A cena se passa diante do palácio real de Tebas. O cenário mostrava, sem dúvida, a habitual fachada com uma porta e devia haver, também, um altar no meio da cena.

O protagonista fazia o papel de Édipo; o deuteragonista representava o sacerdote, Jocasta e o servo de Laio; o tritagonista, Tirésias, Creonte, o mensageiro de Corinto e o servo doméstico (mensageiro do palácio). Não é descabido, no entanto, que Tirésias e o mensageiro do palácio fossem representados pelo deuteragonista.

Resumo da tragédia

Prólogo (1-150), párodo (151-215), 1º episódio (216-462), 1º estásimo (463-512), 2º episódio (513-862), 2º estásimo (863-909), 3º episódio (910-1085), 3º estásimo (1086-1109), 4º episódio (1110-1185), 4º estásimo (1186-1222), êxodo (1223-1532).

 

Manuscritos, edições, traduções

O principal manuscrito é o Mediceus (sæc. X), da Biblioteca Laurenciana de Florença. A editio princeps é a Aldina (1502).

As principais edições modernas isoladas da tragédia são as de Roussel (1940), Errandonea (1959), Pieraccioni (1966) e Dawe (1982, rev2006).

Esta é uma das tragédias gregas mais traduzidas para o português: Francisco de Pina Sá e Mello (1765), Cândido Lusitano (inédita, 1719/1773), Agostinho da Silva (1939), Eusébio Dias Palmeira (1957), Jaime Bruna (1964), Maria do Céu Zambujo Fialho (1991), Domingos Paschoal Cegalla (2001), Trajano Vieira (2001), Ordep Serra (2004), Donaldo Schüler (2004).

 

A influência da tragédia e de seu mito é muito grande e está presente em diversas áreas das artes e até mesmo das ciências modernas.