Nesses dois trechos, exemplos de tratamento médico de pacientes mortais e imortais. Observe-se que o os médicos humanos dispensavam aos pacientes mortais o mesmo tratamento que o médico dos deuses recomendava a seus clientes.
A tradução do grego para o francês, em prosa, é de Eugène Lassère; a versão portuguesa é de O.M. Cajado e a recomposição do texto em versos foi efetuada por mim. Providenciarei, no futuro, tradução direta do texto grego original.
O humano Dr. Pátroclo
Apesar disso, não te deixarei assim exausto.
Disse, e erguendo-o pelo peito, levou o pastor de tropas
à barraca; um serviçal, que os viu, estendeu no chão couros de bois.
Pátroclo neles deitou Eurípilo. De sua coxa arrancou, cortando-a
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com o punhal, a farpa aguda, acerada. Lavou o sangue negro
com água tépida, e sobre a chaga colocou uma raiz amarga,
triturada por suas próprias mãos, calmante que acalmou
todas as dores; então o sangue estancou e a ferida secou.
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Assim, na barraca, o valente filho de Menetes
cuidava de Eurípilo ferido.
Il. 11.841-8 e 12.1-2
O divino Dr. Pean
Assim falou, e ordenou a Pean que o aliviasse.
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E Pean, espalhando sobre a ferida remédios[1] calmantes,
curou-o, pois ele não era mortal.
Assim como um suco, agitado no leite branco o faz coalhar
e rapidamente o altera, feita a mistura,
assim prontamente curou o impetuoso Ares.
Il. 5.899-904