Herondas / Mimos

Μιμίαμβοι Mimiambi Herod.séc. -III

Oito mimos (gr. μιμίαμβοι ) de Herondas chegaram até nós.

Sumário

Compostos em versos iâmbicos e dialeto iônico, apresentam episódios pitorescos do dia-a-dia de uma cidade. Seis estão praticamente completos e de dois outros (VII e VIII) temos a maior parte. Os dois últimos estão bastante fragmentários.

Resumos

Baseados na edição de Nairn (1904).

  1. A alcoviteira
    Uma alcoviteira propõe uma aventura amorosa a uma jovem esposa cujo marido está em viagem há longo tempo. A proposta é rechaçada.
  2. O comerciante de moças
    No tribunal, um dono de bordel usa de linguagem bastante colorida para protestar contra os abusos e “danos” produzidos por um rico cliente em uma de suas pensionistas.
  3. O professor
    A mãe de um garoto que cabula aulas para se divertir leva-o ao professor e pede que lhe dê severa punição. O menino suplica por um castigo leve, mas o mestre o espanca com uma cauda de boi.
  4. miniaturaEx-voto para Asclépio
  5. As mulheres no templo de Asclépio
    Duas mulheres se dirigem ao templo de Asclépio para um sacrifício e admiram as belas obras de arte deixadas pelos fiéis. Uma delas, que afeta ares de conhecedora, dá explicações...
  6. A ciumenta
    Uma mulher de meia-idade quer enviar um de seus escravos — com o qual tem íntimo relacionamento — a uma casa de correção de escravos, ao suspeitar que ele a traiu com outra mulher. As súplicas de uma serva, porém, a demovem.
  7. As amigas
    Uma mulher, que viu na casa de uma amiga um falo de couro que lhe fora emprestado, procura a proprietária para se informar a respeito do fabricante. Esta, a princípio contrariada porque o objeto não estava com a pessoa a quem ela o emprestara, finalmente cede e dá a informação.
  8. O sapateiro
    Duas amigas discutem, na loja de um sapateiro de luxo, o preço do par escolhido.
  9. O sonho
    Ao amanhecer, o dono de uma fazenda ou granja dá ordens a seus servos. Segue-se o relato de um sonho e sua interpretação.

Papiros, edições e traduções

A mais importante fonte dos mimos de Herondas é um papiro (o I35) descoberto no deserto do Fayum, Egito, atualmente conservado no Museu Britânico de Londres. O papiro foi decifrado por Kenyon, que publicou a a edição princeps em 1891. Seguiram-na as edições de Otto Crusius (1905, Teubner) e a de Nairn (1904, Belles Lettres), esta acompanhada de uma excelente introdução.

Das edições modernas, as mais acessíveis são as de Cunningham (1971, Oxford; 1987, Teubner; 1993, Cambridge) e a de Knox (1973); a de Nairn, constantemente reimpressa, ainda é muito útil.

Passagens selecionadas

A primeira tradução de Herondas para o português foi efetuada por Maria Celeste C. Dezotti, que traduziu o Mimo 5 em 1993.