Procissão de animais
Os animais da procissão provavelmente carregam alguma coisa na vara sobre os ombros. A cena, pequena parte de afresco maior e complexo, foi encontrada nos vestígios de uma das edificações do “Centro de Culto” de Micenas e retrata, de forma um tanto satírica, um ritual ou algum mito associado ao ritual. Na falta de denominação melhor, tem sido referidos como genii ou “demônios” e já foram descritos como cavalos, cães, asnos ou leões, pelo menos quanto às características da cabeça, mas não de forma conclusiva.
De acordo com Burkert (1993, p. 85),
Pelo aspecto, os animais têm nítido parentesco com os de uma cena gravada em anel de ouro encontrado em Tirinto (Ilum. 0496, infra) — observar as orelhas pontudas, a língua e o dorso. Há, na verdade, mais de 60 imagens do continente grego, de Creta e de Chipre que representam criaturas semelhantes (Gill 1964 e 1970, apud Sansone 1988), muitas vezes associadas a rituais e datadas desde o Bronze Médio até o final do Bronze Recente.
A representação de animais em atitudes tipicamente humanas é tema muito antigo e decorre, no mínimo, de tradições mesopotâmicas e egípcias (Ilum. 1357, infra) incorporadas pelos gregos do Período Micênico. Ver Sansone (1988) e Burkert (1993, p. 86).