O sugestivo nome desse túmulo foi dado por Schliemann em 1876-1877, quando descobriu a estrutura.
Na realidade, trata-se de um grande túmulo abobabado, escavado em um dos lados de um outeiro, que não tem
absolutamente nada a ver com o lendário Atreu, pai dos heróis homéricos Agamêmnon e Menelau.
De acordo com Stierlin (1997, p. 29-30), “o Tesouro de Atreu é o maior dos tolos funerários de Micenas.
O dromos (corredor de entrada) tem 36m de comprimento
e 6m de largura; as paredes laterais sobem a uma altura de 14m. Sobre a porta monumental, de 5,4m de altura, repousa
um impressionante lintel monolítico (Ilum. 0145d-e). Este grande bloco, que mede 7m por 6m e 1,4m de espessura, tem
volume total de quase 60 m3 e pesa mais de 120 toneladas. Em seu topo há um arco triangular em
relevo, feito de pedras ciclópicas de suporte, como na Porta dos Leões. (...)
A mesma técnica de suporte foi usada na câmara abobadada, que mede 14.5m de diâmetro e se eleva por meio de uma série
de trinta e três fileiras concêntricas até o topo da edificação, a uma altura de 13,2 m” (Ilum. 0145k).
A iluminura supra e a Fig. 0039 mostram o aspecto exterior do túmulo-tolo; as demais iluminuras e figuras são esquemas e detalhes do aspecto do corredor de entrada, do pórtico e da câmara abobadada. As figuras humanas dão ideia da monumentalidade da construção e do tamanho das pedras.
As Ilum. 0145a-e mostram o corredor de entrada (dromos), o pórtico de entrada, o corredor e a porta com seu pesado lintel, encimado por espaço triangular. A Ilum. 0145e mostra detalhes da parede direita do dromos.
Os esquemas das Fig. 0040-42 mostram diversas perpectivas da estrutura do Tesouro de Atreu: as Fig. 0040 e 0042, cortes esquemáticos; as Fig. 0041a-d, uma planta terrestre. Note-se que na abóbada há uma pequena câmara lateral, cuja entrada pode ser vista nas Ilum. 0145i-j. A abóbada do túmulo-tolo, vista do interior e a partir de baixo (Fig. 0042 e Ilum. 0145k), tem formato aproximadamente cônico.
As Ilum. 0145f-h mostram o que resta do friso que recobria o espaço triangular da entrada, constituído por um relevo
de espirais interligadas, motivo comum a todas as culturas egeias da Idade do Bronze (imagines alterae).
Na Fig. 0043 temos uma
reconstituição artística da fachada do portal, que certamente era fechado por uma porta (Ilum. 0145f). As colunas (Ilum. 0145f e Fig. 0043) eram com certeza muito semelhantes às colunas dos palácios minoicos.
Durante 1300 anos, até o início do Período
Greco-romano, esta edificação era a mais alta construção abobadada da
História da Arquitetura (Stierlin, 1997, p. 32).