O deus Thot

c. -1275
Papiro de Hunefer, folio 3

O deus egípcio Tehuti (Thoth), cujo nome significa ‘aquele que pondera’, tem cabeça de íbis (Threskiornis aethiopicus) e carrega acessórios para a escrita. Sua figura faz parte de cena maior (Ilum. 0133a, infra), conhecida por “pesagem da alma”, típica do Livro dos Mortos (Reu nu pert em hru) dos antigos egípcios.

O Livro dos Mortos era uma compilação de orações e encantamentos que garantiriam a entrada do falecido no além, onde teria existência pós-morte aprazível e ficaria protegido do mal. O rolo de papiro com o Livro era colocado na tumba do morto, em geral dentro do caixão (para que ele o tivesse à mão quando chegasse a hora). O papiro do exemplar acima data da 19ª Dinastia.

Nos primeiros milênios da história egípcia, Thot era uma das divindades que, ao lado de Ma'at, personificação da verdade, da justiça e valores correlatos, mantinha o universo em pleno funcionamente. Em épocas tardias, foi associado ao arbitramento de disputas entre deuses, à mágica, à escrita e às ciências, além do julgamento dos mortos. Na cena acima, Thot se prepara para registrar o resultado da pesagem da alma de Hunefer.

Os gregos relacionavam Thot com o deus Hermes.

Etapa cultural: Idade do Bronze.

registro nº0133
proveniênciaTebas, Egito
acervoLondres, Museu Britânico
nº inventárioEA9901,3
licença de usoCC BY-NC-ND 4.0
abreviaturaLondres EA9901,3