Apolônio Díscolo
O mais importante e influente dos gramáticos da Antiguidade
Vida
Da biografia do gramático Apolônio Díscolo (gr.
Viveu em meados do século II em Alexandria e seu apelido
Praticamente todas as outras informações legadas pela tradição são anedóticas.
Duas pequenas notas biográficas: a Vita atribuída a Teodósio de Alexandria (Vit. Ap., sæc. IV, e.g. Parisinus gr. suppl. 541, sæc. XV) e o verbete da Suda (s.v.
Obras sobreviventes
De seus 20 e tantos escritos sobre a língua grega e seus dialetos, ortografia, morfologia, sintaxe e estilo, restam a Sintaxe (
Os textos mostram que Apolônio tinha bons conhecimentos de literatura grega e familiaridade com o latim. Era metódico, crítico, seco e um tanto repetitivo, mas dava atenção tanto à forma quanto à função das partes do discurso. Tentou sistematizar a gramática grega como um todo e chegar a uma teoria gramatical unificada, mas os estudioso discordam quanto à amplitude de suas conclusões (Stammerjohann 2009, s.v. Apollonius Dyscolus). Graças à sua abordagem não empírica e racional da língua grega, todavia, a sintaxe começou a ser vista como disciplina a ser estudada.
Suas obras influenciaram decisivamente os gramáticos posteriores, notadamente Prisciano de Cesareia (fl. AD 500), o grande sistematizador da gramática latina (Moura Neves, 2002; Fortes, 2012).
Manuscritos, edições e tradução
A Sintaxe e os outros tratados mencionados sobreviveram através de um único manuscrito, o Parisinus Gr. 2548 (sæc. XI ou XII), conservado na Biblioteca Nacional da França. Há pelo menos um manuscrito apógrafo, assim como cópias parciais e tardias. Na era moderna, suas obras não foram editadas em conjunto.
A editio princeps da Vita (intitulada Vita Apollonii Alexandrini) é a Aldina (1495). O texto grego de Sylburg (Frankfurt, 1590), um dos mais antigos da era moderna,
Fortes (2012, p. 168) traduziu a Vita para o português; as referências às suas obras e aos conceitos linguísticos que desenvolveu são muito numerosas.