Marinheiro e explorador oriundo de Massalia, viveu na segunda metade do século -IV e foi, aparentemente, o primeiro grego a explorar as ilhas britânicas.
Ele partiu da colônia grega de Massalia[1] e, depois de atravessar as Colunas de Héracles[2], contornou a Península Ibérica, circum-navegou as ilhas britânicas (ἡ Βρεττανική, Estrabon 1.4.2) e ilhas ao norte. É possível que tenha ido até o Mar Báltico.
A ilha situada no extremo norte, a seis dias de viagem da Bretanha e denominada Tule (gr. Θούλη), não foi inteiramente identificada até hoje e o nome se tornou, entre os geógrafos da Idade Média europeia, sinônimo de “terra situada além das terras conhecidas” (lat. ultima Thule).
Píteas anotou suas viagens, observações astronômicas e lugares que visitou em uma obra cujo título não conhecemos com certeza (No oceano?).
Diversas citações e descrições sobreviveram nos textos dos historiadores Timeu (c. -345/–250) e Diodoro Sículo (sæc. -I), do astrônomo Gemino de Rodes (fl. sæc. -I), dos geógrafos Dicearco (c. -350/-285) e Estrabon(-64/19), e de Plínio, o Velho (23/79), muitas vezes seguidas de duras críticas a suas observações. Estrabon, por exemplo, qualifica-o diretamente de ‘grande mentiroso’ (ψευδίστατος, 1.4.3).
Na segunda parte de artigo publicado em 1964, João Francisco de Souza apresentou uma síntese da viagem.