Dioscorides / Materiais da medicina
quaeque iuvet, monstrat, quaeque sit herba nocens.
A medicina às vezes concede saúde, às vezes destrói,
mostrando qual planta é benéfica, qual é maléfica.
Herbário
medicinal em grego antigo que descreve cerca de 1000 substâncias vegetais, animais e minerais,
dentre as quais se destacam mais ou menos 600 plantas.
Os verbetes
do De materia medica (gr.
As informações fornecidas pelo autor, Pedanius Dioscorides, são de natureza observacional e empírica — e de cunho eminentemente prático. Não conhecemos com precisão as fontes de Dioscorides, mas elas são provavelmente múltiplas e o autor acrescentou, sem dúvida, sua experiência pessoal (Dioscorides 1 arg.). A classificação das substâncias, empírica e prática, está muito longe do que hoje denominamos sistemática ou taxinomia.
Resumo
Baseado em Sprengel (1829-1830), edição com texto grego e tradução latina em 2 volumes (com algumas obras atribuídas a Dioscorides), totalizando cerca de 800 páginas.
O texto foi dividido pelos editores antigos em 5 livros.
A julgar pelo prólogo do Livro I, Dioscorides tinha a intenção de agrupar as substâncias de acordo com suas propriedas e com o efeito terapêutico,
mas a sequência de verbetes dos textos conhecidos é bastante irregular e até hoje não foi possível determinar o exato critério do arranjo
O conteúdo de cada livro é mais ou menos o seguinte:
No verbete sobre as 'rosas' (1.99 = gr.
Manuscritos e edições
Coisa rara em relação às obras escritas na Antiguidade, De materia medica nunca esteve perdido, pois foi copiado e lido em grego, latim e árabe ao longo da Idade Média sem interrupções perceptíveis.
O mais antigo fragmento que chegou até nós (Dsc.
Acredita-se que a obra de Dioscorides a princípio não era ilustrada e que as imagens foram acrescentadas ao texto pelo artista bizantino que ilustrou o Codex Vindobonensis. Aparentemente o ilustrador se baseou na obra
A primeira impressão é uma obscura tradução latina datada de 1478; a editio princeps do texto grego é a de Aldus Manutius (Veneza, 1499). Nos séculos seguintes, diversas traduções latinas, espanholas, francesas, alemãs e italianas foram publicadas, além de numerosas obras derivadas ou apenas inspiradas no compêndio original de Dioscorides. Uma tradução inglesa do século XVII, no entanto, foi publicada somente em 1934.
Depois da Aldina, poucas edições gregas e muitas traduções latinas com anotações e adendos não originais foram também publicadas. Dentre as gregas, as melhores são as
de Saracenus (grego e latim, 1598) e de Sprenguel (grego e latim,