Hipócrates / Preceitos
Onde está presente o amor ao homem está também presente o amor à arte.
Preceitos' (gr.
Há uma certa similaridade entre os tratados Do Médico, Do Decoro e Preceitos; seus autores eram, porém, pessoas diferentes. A julgar pelo deficiente entrosamento entre diversos parágrafos, é possível ainda que estejamos diante de uma coletânea de diversos autores.
O texto se parece com uma aula ou conferência preparada por um médico experiente em benefício de estudantes
Resumo
O tratado tem 14 parágrafos e ocupa 11 páginas da edição de Jones (1923), na qual este resumo se baseia.
Pode-se dividir o tratado em três seções: a primeira
Há uma importante diferença entre o conhecimento obtido pela elocubração teórica e o conhecimento decorrente da aplicação do raciocínio em fatos adequadamente observados (1); a arte médica depende, obrigatoriamente, de fatos observados e organizados com cuidado (2).
É preciso determinar o tratamento antes de
Em casos difíceis, é preciso chamar outros médicos para colaborar e os médicos chamados precisam se respeitar (8). Evitar sempre que o paciente se perturbe, oferecer todos os recursos da medicina (9), não usar bandagens fantasiosas (10), ter os instrumentos organizados (11), ao fazer conferências evitar rebuscamentos inúteis (12). Cuidado com os médicos que estudaram sem ter predisposição natural (13).
Passagens selecionadas
Manuscritos, edições e traduções
Assim como o tratado Do Decoro, a única fonte de Preceitos é o manuscrito Marcianus Venetus 269 da Biblioteca de São Marcos, Veneza, datado do século XI. O texto tem problemas sérios em cada parágrafo e a maioria deles chega a ser totalmente incompreensível.
A edição princeps do tratado foi publicada por Aldus Manutius em Veneza em 1526. Das edições modernas, as mais importantes são a de Littré (1861), a de Heiberg (1927), a de Fleischer (1939) e a de Jones (o.c.), esta a mais acessível e utilizada aqui.
A primeira tradução para o português foi efetuada por mim e publicada em 2005.