Este pequeno trecho da sexta ode nemeia de Píndaro menciona a descendência comum de deuses e homens a partir de Gaia.
Meninos boxeadores
Akrotiri, -1550/-1450
A tradução foi preparada por Fernando Brandão dos Santos, professor de Língua e Literatura Grega da FCLAr-UNESP, que gentilmente acrescentou uma breve introdução e algumas notas especialmente para a página:
O texto que apresentamos aqui[1] é a primeira estrofe da Sexta Nemeia, composta por ocasião da vitória nos Jogos Nemeus (modalidade de luta para meninos) do garoto Alcimida, nascido em Egina (uma das ilhas mais próximas de Atenas, junto com Salamina), e pertencendo à importante família dos Bassidas, considerada uma das mais antigas.
Referências ao nome do treinador de Alcimida, o famoso Milésias, faz com que os estudiosos datem-na por volta de -460 ou antes. A ode inteira ressalta as vitórias e as derrotas da família, daí, em sua primeira estrofe, Píndaro fazer alusão à diferença entre os mortais e imortais, embora ambos tenham uma origem comum.
Para Alcimida menino egineta pugilista
Uma só de homens,
uma só raça de deuses: de uma só mãe
respiramos ambos. Se-
para-as, porém, todo o poder
distinguindo-as, de forma que uma é nada,
mas sede sempre inabalável
permanece, brônzeo, o céu. Porém, em todo caso, em algo nos as-
semelhamos, quer pelo grandioso espírito,
quer pela natureza, ao imortais,
embora nem durante um dia
sabedores nem à noite
até que marca
o destino traçou-nos caminhar.[2]