A hominização
Os seres humanos atuais, do ponto de vista biológico, são primatas da família dos hominídeos (lat. Hominidae), gênero Homo, espécie Homo sapiens, 'homem que sabe'[1].
Sumário
Seu nome científico é uma alusão à capacidade intelectual, especialmente a linguagem
A emergência do homem
As notáveis características dos seres humanos se desenvolveram lenta e progressivamente, segundo leis gerais da evolução biológica, da mesma forma que as de outros seres vivos.
Os fósseis hominídeos mais antigos foram encontrados no leste africano (Chade, Quênia, Etiópia e Tanzânia) e também em algumas partes da África do Sul. Esses hominídeos, dos gêneros Saehlanthropus, Orrorin, Australopithecus e Ardipithecus, viveram e se extinguiram no continente africano.
Outra espécie humana, Homo erectus, cujo ancestral é o mesmo do Homo habilis (Fig. 0085), surgiu há aproximadamente 1,8 milhão de anos e ocupou extensas áreas dos continentes europeu e asiático. O H. erectus foi, possivelmente, o primeiro hominídeo a manipular o fogo e a cozinhar alimentos.
Paralelamente ao H. erectus, evoluiu a linhagem do Homo heidelbergensis, cujos primeiros indícios foram encontrados na Alemanha, em 1908. Essa foi provavelmente a primeira espécie a habitar climas frios, caçar animais de grande porte e controlar com eficiência o fogo. Viveu entre 700 mil e 200 mil anos atrás, na Europa, na África e na China.
O Homo neanderthalensis, o famoso homem de Neanderthal
, já bastante semelhante ao homem moderno,
O Homo sapiens se espalhou por todo o planeta e de 30.000 anos para cá, mais ou menos, é a única espécie do gênero Homo que não se extinguiu. Nas Américas, evidências arqueológicas recentes sugerem que a ocupação humana ocorreu entre 18.500 e 14.500 anos atrás.
Há divergência sobre as relações evolutivas entre H. heidelbergensis, H. neanderthalensis e H. sapiens (Fig. 0086).
Evolução cultural
Alguns marcadores são característicos de nossa humanidade, como o andar bípede, a capacidade de produzir linguagem, a comunicação precisa com outros indivíduos de nossa espécie e o desenvolvimento da expressão simbólica. Devemos, consequentemente, procurar no passado os indícios da origem de tais características, assim como explicar o que fixou essas inovações.
Do ponto de vista puramente biológico, a evolução humana se caracterizou pelo desenvolvimento da postura ereta e pelo aumento progressivo do tamanho do cérebro e da destreza manual.
O estudo dos fósseis revela, por outro lado, que nos últimos 100 mil anos o organismo humano não apresentou, em termos evolutivos, nenhuma
Isso significa que certas características ditas humanas
do homem moderno foram determinadas, em boa parte, pela história cultural, e não pela história biológica. Nos últimos 100.000 anos a cultura humana teve notável desenvolvimento, principalmente em comparação com a aparente estabilidade das ferramentas utilizadas pelos nossos ancestrais do gênero Homo nos 2 milhões de anos anteriores. Conquistas culturais como utensílios cada vez mais eficazes, abrigos semipermanentes, o domínio do fogo, as apuradas técnicas de obtenção de alimentos (caça, coleta, agricultura, pecuária), a arte e a escrita, transformaram o ser humano no que ele é atualmente.
A evolução biológica nos levou até certo ponto, mas é a evolução cultural que hoje nos define. Para fins de estudo, essa evolução cultural costuma ser dividida em várias etapas de duração variável. A primeira delas, o Paleolítico,
Era essa a etapa cultural do Homo sapiens há 30 mil anos, quando ele se tornou a única espécie sobrevivente do gênero Homo.