O texto é anônimo e remonta aproximadamente à época de Hammurábi (c. -1728/–1686), sexto rei da primeira dinastia amorita da Babilônia (Bronze Médio).
caracteres cuneiformes
A versão mais conhecida da epopeia se baseia nas tabuinhas com caracteres cuneiformes de Ashur, Kish e Sultantepe,
datadas do século -VII e escritas em acadiano.
O poema se estende por sete tabuinhas. Reproduzo, aqui, as linhas 1-10 da primeira tabuinha.
A tradução do acadiano para o inglês de Speiser
(Eliade 1995, 75) foi vertida para o português por Luiz L. Gomes:
Quando no alto o céu ainda não tinha nome,
a terra firme abaixo não tinha sido chamada pelo nome,
nada havia senão o primordial Apsu[2], o genitor deles,
E Mummu[3]-Tiamat[4], ela que a todos pariu.
Suas águas mesclando-se num só corpo;
nenhuma choça fora ainda colmada,
nenhum pantanal aparecera.
Quando nenhum dos deuses fora ainda dado à existência,
seus nomes não eram pronunciados, seus destinos indeterminados,
foi então que os deuses foram formados dentro delas.