Cartas / De Taís para Tígrio

P. Oxy. 6.932 final do séc. II

Este fragmento de papiro do Egito ptolemaico, datado do final do século II, contém uma carta de negócios de uma mulher chamada Taís, dirigida a um homem chamado Tígrio.

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Fig. 0222. A carta de Taís.

De acordo com Bagnall e Cribiore (2006, p. 297-8), é possível que o texto tenha sido ditado a um escriba. A linguagem é direta, abrupta, sem ornamentos e há várias abreviações.

Taís era dona de uma propriedade agrícola situada em Petne[1] e esse Tígrio era com certeza parente ou homem de confiança (gr. ἴδιος = lat. suus). Ela possivelmente residia em outro local.

Transcrição:

Θαὶ̈ς Τιγρίῳ τῶι ἰδίῳ χαίρειν. ἔγραψα Ἀπολιναρίῳ ἵνα γένηται ἐν τῇ Πέτνη ἵνα μ[ε]τρήσηι. ἐρεῖ σοι δὲ Ἀπολινάριος καὶ τὰ δημόσια: τὸ ὄνο- 5 μα ὃ ἂν αὐτός σοι εἴπῃ. ἂν ἔρχῃ ἄφες ἀρ- τάβας ἓξ εἰς τοὺς σάκκους σφραγίσας λαχα- νοσπέρμου ἵνα πρόχειροι ὦσι, καὶ ἐὰν δύνῃ ἀναβῆναι ἵνα ἐπιγνοῖς τὸν ὄνον. ἀσπάζεταί σε Σαραποδώρα κ(αὶ) Σαβῖνος. τὰ 10 χοιρίδια χωρὶς μοῦ μὴ πώλει. ἔρρωσο.

Tradução:

De Taís para meu Tígrio. Saudações. Escrevi a Apolinário para que ele esteja em Petne para a p[e]sagem (do cereal). Apolinário te falará como estão as finanças e as taxas. Ele 5 te dirá o nome da pessoa (responsável). Se vieres, separa seis medimnos[2] de sementes e sela-os em sacas para que estejam à mão, e se puderes vai e descobre sobre o asno. Sarapodora e Sabino mandam lembranças. 10 Não vendas os porquinhos sem me consultar. Adeus.

O papiro foi encontrado em Oxirrinco (atual el-Bahnasa), Egito, por Bernard Grenfell e Arthur Hunt, da Universidade de Oxford, entre 1897 e 1907. A editio princeps do texto (1908, p. 298) é também deles.