Manuscrito Venetus A da Ilíada de Homero

sæc. x
Folio 12 recto do Codex Venetus A (Marciana 454 = 882).

As linhas em tamanho maior, mais escuras, correspondem aos primeiros versos da Ilíada (1.1-25); o texto mais claro corresponde aos escólios[1]. A transcrição dos primeiros 7 versos, editados por Allen (1931), pode ser vista nesta epígrafe.

O Venetus A é considerado, por muitos eruditos, o melhor manuscrito da Ilíada e nele se baseiam, primariamente, praticamente todas as edições modernas do poema. Datado do século X, foi copiado em Bizâncio com letras minúsculas e aos versos foram acrescentados, por uma só mão, notas, glosas e comentários. Muitos desses escólios, conhecidos entre os especialistas por “escólios A” (A Scholia), remontam à edição alexandrina de Aristarco de Samos (c. -220/-143).

Além da Ilíada, o manuscrito contém ainda um sumário dos poemas do Ciclo Épico, a Crestomatia de Proclo[2]. Infelizmente, a parte que trata dos Cantos Cíprios se perdeu.

No século XV ele pertencia ao Cardeal Basilius Bessarion (1403/1472), que doou sua biblioteca pessoal à cidade de Veneza. Desde então ele está conservado na Biblioteca de São Marcos, em Veneza, onde ficou praticamente esquecido até 1788, quando foi redescoberto, estudado e publicado pelo erudito Jean Baptiste Gaspard d'Ansse de Villoison (1750/1805). Essa edição despertou o interesse em Homero e na poesia épica grega e estimulou a publicação, em 1795, da obra Prolegomena ad Homerum de Friedrich August Wolf (1759/1824), marco dos estudos modernos sobre os antigos textos gregos.

Veja, em imagines alterae, informações sobre a única ilustração do manuscrito.

registro nº1083
licença de usoCC BY-NC-SA 3.0