Rituais de purificação

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Os rituais de “purificação” têm a finalidade de remover impurezas determinadas especificamente por conceitos e ideias próprias de uma cultura, usualmente antes de atividades religiosas.

Na cultura grega antiga havia diversas “impurezas”, cuja conceituação remonta certamente a tempos muito antigos. As mulheres eram, por exemplo, consideradas impuras durante um certo tempo após o parto; todos os que entravam em contato com a morte de alguém, principalmente os homicidas, eram impuros.

miniaturaA purificação de Orestes

O assassinato, mesmo involuntário, tornava o assassino impuro. Nos mitos gregos, ninguém podia tocar o assassino (pois o toque contamina...), ou sentar-se com ele à mesa para uma refeição, ou beber em sua companhia, até que fosse submetido a um ritual de purificação. Veja uma ilustração desse procedimento na Ilum. 0441, ao lado.

A finalidade do ritual de purificação era, portanto, restabelecer o estado anterior de pureza, para que o impuro pudesse novamente participar das atividades da comunidade.

Uma inscrição de Lindos, Rodes, datada do início do século III, lista uma série de restrições aos fiéis que pretendiam adentrar o templo e dá uma ideia do que se considerava “impuro”, do ponto de vista físico e do ponto de vista religioso:

  1. usar roupas sujas e faixas na cabeça;
  2. usar cinto com nó e sapatos de certo tipo;
  3. mulheres, até 40 dias após um aborto;
  4. mulheres, até 21 dias após o parto;
  5. homens, até 40 dias após ter relações sexuais com uma virgem;
  6. homens, até 30 dias após ter relações sexuais com uma prostituta;
  7. até 40 dias após morte na família;
  8. até 7 dias depois de lavar um cadáver;
  9. até 3 dias depois de entrar na casa de alguém que morreu.

Os homens, após outros tipos de relações sexuais, podiam entrar após um ritual de purificação, e a inscrição acrescenta que, de impurezas provocadas por coisas ilegais, nunca se está limpo...