Hinos Homéricos / “menores”


h. Hom. 16, a Asclépio
h. Hom. 12, a Hera
h. Pan. 1-7 (= h. Hom. 19.1-7), a Pã
tradução / grego antigo

Eis três exemplos de hinos homéricos menores (os dois primeiros estão completos). O hino a Asclépio é posterior à primeira metade do século -V e o hino a Pã, do século -V. O hino a Hera é de data desconhecida.

Note-se que o hino a Asclépio têm as três partes constituintes tradicionais: inuocatio (1), pars epica (1-4) e precatio (5-6). O hino a Hera é defectivo, não tem precatio; do hino a Pã, apenas a inuocatio (1) e os primeiros versos da pars epica são apresentados. Nos dois primeiros hinos, a divindade é invocada diretamente; no terceiro, a invocação se dá através de uma divindade intermediária, uma das nove musas.

A Asclépio
Vou começar a cantar Asclépio, o curador das doenças, o filho de Apolo que na planície dotiana[1] nasceu de Coronis, filha do rei Flégias; grande alegria para os homens, ele ameniza cruéis aflições. 5 A ti assim também eu saúdo, meu Senhor, e através desta canção faço minha prece a ti. h. Hom. 16
A Hera
Eu canto Hera do trono dourado, a quem Reia criou, rainha dos imortais, a de maior beleza, irmã e esposa do retumbante Zeus, a gloriosa, que todos os bem-aventurados do alto Olimpo 5 veneram e estimam como a Zeus, o que se compraz com o raio. h. Hom. 12
A Pã
Fala-me, Musa, do querido filho de Hermes, de pés de bode, dois chifres, amante do ruído[2] e que, pelos campos cheio de árvores, anda para lá e para cá com as ninfas habituadas a dançar, que pisam o alto da rocha escarpada 5 invocando , o deus pastor de cabeleira brilhante e descuidada, a quem foram destinados os picos cobertos de neve, o cume das montanhas e os caminhos pedregosos. h. Pan. 1-7