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Anaximandro de Mileto

Αναξίμανδρος Anaximander Phil. Anaximand.

O segundo dos filósofos milesianos, Anaximandro, interessou-se também pela geografia, pela astronomia e pela biologia.

Assim como no caso de Tales, todos os dados conservados pelos antigos a respeito de sua vida são incertos. Parece ter introduzido o relógio de sol (gnômon) entre os gregos, a partir de modelos babilônicos, e a ele foi atribuída a autoria do primeiro mapa do mundo conhecido.

A mais importante de suas doutrinas filosóficas envolvia o ἄπειρον), 'indefinido, indeterminado', constituinte fundamental da natureza totalmente diferente do que existia atualmente na natureza.

Ele foi o primeiro filósofo a especular sobre a origem do mundo (cosmogonia), a natureza dos corpos celestes e sobre a origem da vida animal e do homem.

Contribuições à Astronomia

Anaximandro achava que a Terra era redonda ou cilíndrica e que os corpos celestes eram anéis preenchidos por fogo que giravam em torno de uma terra estacionária.

Ele concebeu, portanto, o primeiro primeiro modelo do sistema solar com a Terra no centro do sistema (sistema geocêntrico) da cultura Ocidental.

Contribuições à Zoologia

Devemos a Anaximandro as primeiras especulações sobre a origem dos animais e do homem. Para ele, os primeiros seres vivos nasceram da terra e da água aquecidas pelo sol[1] 0101, tinham casca espinhosa e depois mudaram para 'uma parte mais seca' (Test. 30).

Notou também que o homem, comparado aos outros animais, necessita de amamentação e cuidados prolongados e imaginou que os seres humanos se desenvolveram primeiro no interior de certos peixes — ou de animais semelhantes a peixes — e só depois ocuparam a terra.

O homem teria sido, no princípio, semelhante a um peixe.

Os textos

Fragmentos e edições

Segundo a tradição, escreveu um livro inteiro, Da Natureza, mas resta apenas um fragmento, conservado por Simplício (in Ph. 24.17). Este pequeno fragmento constitui o primeiro texto da Filosofia Ocidental. A doxografia é bem mais abundante.

As coletâneas modernas mais importantes são a de Mulach (1923) e a de Diels-Kranz (61951). Recomendo, no entanto, a antologia crítica de Kirk, Raven e Schofield (11957, 41994).

Passagens selecionadas

Traduções

O fragmento foi traduzido para o português por Eudoro de Souza, José Cavalcante de Souza e por Gerd Bornheim, nos anos sessenta do século XX e, mais recentemente, por Manuel Carneiro Leão (1991).