Pausânias / Descrição da Grécia 1.2.2 e 1.2.4

160/176 Paus. 1.2.2;4

Os trechos abaixo, retirados do Livro I (Ática), dão uma pequena ideia da composição do texto de Pausânias, de seus múltiplos interesses, de sua cultura e de sua meticulosidade.

A entrada de Atenas

Ao subir do Pireu, vê-se as ruínas das muralhas que Cônon restaurou após a batalha naval de Cnido[1]; as construídas por Temístocles[2] depois da retirada dos Medos[3] foram derrubadas durante o governo daqueles chamados de os Trinta[4]. Há túmulos notáveis pelo caminho: o de Menandro, filho de Opeito, e o cenotáfio de Eurípides. Eurípides está sepultado na Macedônia, lá tendo ido para junto do Rei Arquelau; que o modo de sua morte, que foi contado por muitos, fique de acordo com o que dizem.

1.2.2

Tendo entrado na cidade, há um edifício para a preparação das procissões, que (os atenienses) preparam às vezes todo ano, às vezes com maior intervalo de tempo. Perto há um templo de Deméter, estátuas dela mesma e da filha, e de Íaco[5] portando uma tocha. Está escrito na parede, em letras áticas, que são obra de Praxíteles. Não longe do templo há um Posídon a cavalo, arremessando a lança no gigante Polibotes; sobre isso os habitantes de Cós têm um mito, referente ao promontório de Quelone. A inscrição de nossa época atribui a imagem a outro, e não a Posídon. Dos portões, rumo ao Cerâmico, há estoás[6] e, diante deles, imagens de bronze de homens e mulheres que tiveram algum motivo para a fama.

1.2.4