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Estrabon

Στράβων Strabo Geographus Str.

O primeiro erudito grego a abordar a geografia de forma multidisciplinar, associando seu estudo à matemática, à física, à política e, notadamente, à história.

miniaturaEstrabon

O pouco que sabemos da vida de Estrabon deriva de informações obtidas em sua obra.

Biografia

Nasceu por volta de -64 em Amasia, cidade helenizada do Ponto[1], dominada por Mitrídates VI (-120/-63) durante a primeira metade do século -I e, a partir de -66, pelos romanos.

Estrabon estudou na Cária[2] com o filósofo Aristodemo e, em Roma, com o geógrafo Tiranion.

Viajou muito e esteve no Egito em -25/-4, quando explorou o Rio Nilo juntamente com Élio Galo, prefeito romano do Egito. Estrabon disse ter viajado do Mar Negro à Etiópia e à Arabia Felix[3] e da Armênia à Etrúria, mas óbvias lacunas em suas descrições patenteiam o exagero dessa afirmação.

Já idoso, talvez em -7, retornou a Amasia e lá se dedicou a escrever suas obras — um “trabalho colossal”, em suas próprias palavras (1.1.23).

Consta que morreu nessa mesma cidade, em 24 ou talvez um pouco antes, em 19.

Obras

A primeira obra de Estrabon, Esboços Históricos (47 livros), foi escrita logo após seu retorno a Amasia e está hoje perdida. Sabemos, no entanto, que cobria o período que vai desde -146, data dos últimos acontecimentos dos livros de Políbio (c. -200/-118), até a conquista de Alexandria por Otaviano em -30.

Os 17 livros da Geografia, escritos nos últimos anos de sua vida, constituem uma “verdadeira geografia universal do mundo antigo” (Humbert & Berguin). Além de descrições das partes conhecidas da Ásia, Europa e África com o clima, relevo, hidrografia, história e lendas locais, procurou relacionar as condições geográficas com o papel histórico de cada povo. Suas observações são fonte preciosa da história e da cultura de sua época.

Como muitos outros escritores greco-romanos, não escondia a admiração por Roma.

Estrabon utilizou, além das próprias observações, fontes mais antigas: Políbio (c. -200/-118), Eratóstenes (-285/-194), Posidônio (-135/-71) e Artemidoro de Éfeso (c. -100), entre outros. Graças a ele, aliás, foram conservados extensos trechos de importantes obras perdidas, como por exemplo as do geógrafo e matemático Eratóstenes e dos exploradores Nearco (fl. -320) e Eudoxo de Cnido (sæc. -II).

Seu estilo, embora simples, é elegante, inspirado e agradável. Wilamowitz (1848-1931) dizia que ele era capaz de descrever melhor os lugares que não visitou do que Pausânias (fl. -170/-180), que os havia visitado... (Nagy).

Tradução

Jorge Deserto e Susana Marques Pereira (2016) traduziram o livro iii para o português.