Hipócrates / Das doenças das virgens

Περὶ παρθενίων De virginum morbis [Hippoc.] Virg.-400 / -370
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O tratado hipocrático 'Das doenças das virgens' (gr. Περὶ παρθενίων) é de pequena extensão e evidentemente lacunar. Foi escrito provavelmente nas primeiras décadas do século -IV e, como de praxe, o autor é desconhecido.

O texto faz parte dos escritos ginecológicos, dedicados a doenças especificamente femininas. Assim como nos demais tratados desse grupo, nota-se a forte influência das crenças populares e das doutrinas da escola cnidiana de medicina.

Resumo

Este curto tratado não está dividido em parágrafos e ocupa apenas 3 páginas da edição de Littré (1853), na qual este resumo se baseia.

Não é possível conhecer a natureza das doenças sem conhecer a natureza como um todo. Perdas de consciência e medos diurnos e noturnos afetam mais as mulheres, pois são de ânimo mais fraco.

As virgens, quando não se casam e começam a ter regras, apresentam desvarios, terrores, agitação e dizem coisas terríveis. O sangue não consegue sair e sobe até o coração e o diafragma, produzindo assim uma inflamação aguda e, consequentemente, delírio e loucura. Para curar-se dessa doença é recomendável casar e engravidar. As mulheres casadas estéreis podem igualmente sofrer desse tipo de transtorno.

Passagens selecionadas

Manuscritos, edições e traduções

Assim como os outros textos ginecológicos, o tratado Das Virgens chegou até nós através dos manuscritos Vindobonensis graecus med. IV (sæc. X), da Österreichischen Nationalbibliothek de Viena, Marcianus graecus 269 (sæc. XI), da Biblioteca de São Marcos em Veneza, e Vaticanus graecus 276 (sæc. XII), da Biblioteca do Vaticano.

A edição princeps é a Aldina, de 1526. A edição moderna mais importante é ainda a de Littré (o.c.), utilizada aqui.

Não foi publicada, até o momento, tradução completa desse tratado para o português.