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A arte “neoclássica”

sæc. XV / XXI ao XXI

A arte “neoclássica” caracteriza-se, em sentido amplo, pela predominância de temas greco-romanos em obras posteriores à Idade Média ocidental.

Depois da queda do Império Romano do Ocidente, os temas próprios ao mundo greco-romano deixaram de ser utilizados na Europa e, nos domínios do Império Bizantino, sua influência se tornou apenas pontual.

miniaturaLeda e o cisne,
1505/1510

Até o século XIV, mais ou menos, os estilos medievais Românico e Gótico predominaram em toda a Europa Ocidental. Na Itália, porém, a existência de vestígios greco-romanos nunca deixou de exercer influência; arquitetos e escultores italianos sempre procuraram mostrar uma certa independência em relação ao estilo gótico dominante.

A despeito da temática eminentemente sacra, por exemplo, as colunas de muitos edifícios e diversas figuras humanas esculpidas eram inspiradas em antigos modelos greco-romanos.

Durante os séculos XV e XVI, os italianos se entusiasmaram definitivamente pela Antiguidade Clássica, de quem se julgavam herdeiros diretos. No final da Idade Média, durante o século XV — também conhecido por Quattrocento —, o estilo gótico perdeu força e teve início o Renascimento cultural e artístico que se estendeu por toda a Europa e se desdobrou em vários estilos mais ou menos sucessivos (Tab. 1).

Tabela 1. Cronologia dos estilos renascentistas e modernos EstilosDatas Renascimentosæc. XV-XVI Maneirismosæc. XVI Barrocosæc. XVII-XVIII Rococósæc. XVIII Neoclassicismo “estrito”sæc. XVIII Romantismosæc. XVIII-IX Realismosæc. XIX Impressionismosæc. XIX-XX correntes diversas...sæc. XX-XXI

Caracterizado pelo antropocentrismo e pela revalorização da cultura greco-romana, o Renascimento revolucionou não apenas a arte mas também as letras, as ciências e todos os modos de pensamento. É preciso assinalar, no entanto, que essa retomada do paganismo não abalou a influência do cristianismo na sociedade da época.

O Renascimento teve seu apogeu no século XVI e terminou no início do século XVIII, com o advento do Barroco e do Rococó. Na segunda metade do século XVIII, porém, desenvolveu-se um movimento de reação ao Barroco com a retomada de temas clássicos, o Neoclassicismo “estrito”.

Influenciado fortemente pelas escavações de Pompeia e Herculano, esse novo Renascimento se baseou no uso de modelos e motivos característicos dos antigos gregos e romanos, mas sem descuidar de técnicas e conceitos estéticos já estabelecidos.

Do ponto de vista formal, o Neoclassicismo terminou no início do século XX. Das primeiras décadas do século XV até nossos dias, no entanto, a temática greco-romana nunca deixou de participar, em diferentes graus, de significativas obras artísticas no campo da Arquitetura, da Escultura e da Pintura.

É por essa razão que, nestas páginas, denomino os componentes greco-romanos de todos os movimentos artísticos posteriores a 1400 de neoclássicos, no sentido mais amplo possível.