Ésquilo / Sete contra Tebas

Ἑπτά ἐπί Θήβας Septem contra Thebas Aesch. Th. -467
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ἐδιδάχθη ἐπὶ Θεαγένους Ὀλυμπιάδι οηʹ. ἐνίκα Λαΐωι, Οἰδίποδι, Ἑπτὰ ἐπὶ Θήβας, Σφιγγὶ σατιρικῆι.

Foi produzida no arcontado de Teágenes (-468/-467), na 78ª Olimpíada. Venceu com _Laio, _Édipo, Sete contra Tebas e o drama satírico _Esfinge.

Capaneu tenta invadir TebasCapaneu tenta invadir Tebas

A tragédia Sete Contra Tebas (gr. Ἑπτά ἐπί Θήβας) foi representada em Atenas pela primeira vez na primavera de -467. Tem 1078 versos e fazia parte da seguinte tetralogia: Laio, Édipo, Sete contra Tebas, tragédias, e A Esfinge, drama satírico. Ésquilo obteve o primeiro prêmio no concurso das Dionísias Urbanas.

Das outras tragédias da tetralogia restam apenas alguns fragmentos; do drama satírico, nada. A julgar pelos títulos, porém, é evidente que o tema das peças era a lenda da família dos labdácidas, que teve em Édipo seu membro mais famoso.

Hipótese

A tetralogia abordava, sem dúvida, as funestas consequência da desobediência de Laio aos desígnios divinos. Sete contra Tebas, especificamente, relata a luta fratricida pelo poder entre os dois netos de Laio, Etéocles e Polinices. Após a morte de Édipo, filho de Laio, Etéocles reinava em Tebas; Polinices, inconformado, sitiou a cidade à frente de um exército argeano.

Cada uma das sete portas da cidade será atacada por um dos chefes inimigos; a cada um deles Etéocles opôs um herói tebano, e ele mesmo enfrentou o irmão diante da sétima porta. O exército argivo foi rechaçado pelos tebanos mas os dois irmãos, que haviam sido amaldiçoados por Édipo, mataram-se mutuamente durante a sangrenta luta.

Esse mesmo tema foi utilizado por Eurípides, mais de cinquenta anos depois, em sua tragédia As Fenícias (-411/-406).

Dramatis personae

Etéocles rei de Tebas, filho de Édipo e Jocasta Coro mulheres tebanas, que depois formam dois semicoros

E mais: um Mensageiro, um Arauto tebano. Figurantes: [Antígona], filha de Édipo e Jocasta, irmã de Etéocles e Ismene; [Ismene], irmã de Etéocles e de Antígona; habitantes de Tebas.

Mise en scène

O cenário representava, provavelmente, a Cadmeia, a acrópole da cidade de Tebas; também é possível que representasse a ágora com as estátuas das divindades. Consta que nesta tragédia pela primeira vez foi colocada, no fundo do cenário, uma pintura[1] que representava o pórtico do palácio real.

Dois atores representavam todos os papéis: o protagonista atuava primeiro como Etéocles e depois como Antígona; o deuteragonista fazia primeiro o Mensageiro e depois, Ismene. O Arauto, Antígona e Ismene participam apenas da cena final, provavelmente espúria.

Resumo da tragédia

Prólogo (1-77), párodo (78-180), 1º episódio (182-286), 1º estásimo (287-368), 2º episódio (369-719), 2º estásimo (720-791), 3º episódio (792-821), 3º estásimo (822-47), êxodo (848-1004) e cena final (1005-78).

Acredita-se que a cena final não é autêntica e que foi adicionada muito tempo depois da morte de Ésquilo por outro poeta bem menos talentoso.

Passagens selecionadas

Manuscritos, edições e traduções

Septem é uma das tragédias da "tríade bizantina"; o melhor manuscrito é, no entanto, o Mediceus (Laurentianus 32.9, sæc. IX). Editio princeps: a Aldina, de 1518.

Edições modernas isoladas: Groeneboom (1938) e Italie (1950) são boas, mas a de Hutchinson (1985) e a de West (1992) são hoje em dia consideradas as melhores.

Traduções para o português: Donaldo Schüler (2003), Evandro Salvador (2006), JAA Torrano (2009), Marcus Mota (2002, revisada e publicada em 2013), Trajano Vieira (2018). As de Schüler e de Torrano são as mais fiéis ao texto grego, e a de Mota é um pouco interpretativa, mas está ao alcance do público não especializado.

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