Demétrio de Fáleron

Δημήτριος Φαληρεύς Demetrius Phalereus Rhetor Demetr.

De cultura reconhecidamente vasta, foi considerado por Cícero (Bruto 8) o último dos grandes oradores áticos.

Vida

Demétrio de Fáleron, filósofo, orador e político, nasceu em Fáleron por volta de -350, estudou com Teofrasto em Atenas (Str. 9.1.13) e foi amigo do poeta cômico Menandro (c. -342/-290).

A fama de bom orador começou por volta de -325, quando provavelmente adotou as posições do estratego Fócio (-402/-318) em relação aos macedônios, patrióticas porém moderadas.

Em -317 foi designado administrador de Atenas pelo rei da Macedônia, Cassandro (c. -350/-297), e exerceu o cargo até -307, quando a cidade foi invadida por Demétrio I Poliorcetes (-337/-283).

Fugiu de Atenas, esteve em Tebas e viveu vários anos em Alexandria, na época de Ptolomeu I Sóter (c. -367/-283), a quem ajudou a organizar a célebre Biblioteca de Alexandria (Estrabon 13.608; 17.793-4). Foi exilado em -283 pelo sucessor de Sóter, Ptolomeu II Filadelfo (-309/-246), e faleceu pouco depois em algum lugar do Egito.

As principais são Diógenes Laércio 5.75-83 e a Suda (s.v.). As demais, e.g. Eliano VH 12.42, Ateneu 4.64, 13.21 e 13.65, Estrabon 9.1.13 e 13.608, têm informações breves e pontuais.

Obras

Diógenes Laércio conservou uma numerosa lista de suas obras, escritas provavelmente durante a estada em Alexandria, mas nenhuma delas sobreviveu. Uma das mais mencionadas pelos estudiosos é a primeira coletânea de fábulas atribuídas a Esopo, em 10 livros, para uso dos oradores, que possivelmente influenciou os compiladores do Período Greco-romano.

Um tratado intitulado Do Estilo (Περὶ ἑρμηνείας), tradicionalmente atribuído a Demétrio de Fáleron, é na verdade obra de outro Demétrio, a quem devemos nomear [Demétrio], provavelmente um sofista alexandrino do século II.

A influência de Demétrio de Fáleron sobre a tradução do Antigo Testamento para o grego (a Septuaginta), relatada no Livro de Aristeas por seu anônimo autor do século -III, também não corresponde à realidade (Honigman, 2003).

Edições

Recentemente, Fortenbaugh e Schütrumpf (1999) editaram e traduziram para inglês os testemunhos e fragmentos conhecidos. Não há, por enquanto, nenhuma tradução para o português.