No arcontado de Mênon, Ésquilo venceu com as tragédias Fineu, Os Persas, Glauco Potnieu e Prometeu.
Com exceção de Os Persas, temos apenas fragmentos dos outros dramas da tetralogia — Fineu, F
Segundo o escoliasta de Ar. Ra. 1028, que evocou a autoridade de Eratóstenes, a tragédia foi reapresentada em Siracusa, a pedido do tirano Hierão I (fl.
Hipótese
De todas as tragédias gregas sobreviventes, esta é a única cujo enredo se baseia inteiramente em fatos históricos; é, também, a única sem personagens gregos.
Ésquilo apresentou ao púlico do Teatro de Dioniso
o reflexo da vitória ateniense sobre os “bárbaros”, obtida durante as guerras médicas. Descreveu, especificamente, os
sentimentos dos persas ao receberem a notícia da derrota de seu poderoso exército na
batalha naval de Salamina, travada em 29 de setembro de
Dramatis personae
E um Mensageiro.
Mise en scène
A cena se passa algum tempo depois da batalha de Salamina. O local é a cidade de
Susa, capital do Império

O drama se desenvolve inteiramente em torno da tumba de
Além do coro, dois atores eram suficientes para todos os papéis. O protagonista representava primeiro a rainha e depois, Xerxes; o deuteragonista encarnava o Mensageiro, depois o espectro de Dario e, finalmente, Xerxes.
Resumo
A tragédia tem 1077 versos, distribuídos em 37 páginas da edição de Mazon (1921), na qual se baseia este resumo.
Em Susa, os Fiéis aguardam, apreensivos, notícias do enorme exército que o rei
persa, Xerxes, levara para a conquista da Grécia, e enumeram os aliados do rei
(Párodo,
Aparece, então, um mensageiro com a notícia de que, embora Xerxes estivesse vivo e
bem, o poderoso exército persa havia sido destruído. O coro
O coro lamenta a imprudência de Xerxes e as perdas das famílias persas (1º
Estásimo,
O espectro de Dario aparece. Informado da terrível perda do exército, o antigo rei
deplora a morte de tantos jovens persas. Ao ouvir que Xerxes fizera o enorme exército
atravessar o
Antes de desaparecer, Dario pede aos anciãos e à rainha que confortem Xerxes
(3º Episódio,
Xerxes, com as roupas reais em frangalhos, chega finalmente a Susa e entoa,
juntamente com o coro, um longo e pungente lamento (Êxodo,
Manuscritos, edições e traduções
A fonte mais importante da tragédia é o manuscrito Laurentianus xxxii 9
Além das edições gerais de Ésquilo, a tragédia foi também editada isoladamente. As edições mais importantes são as de Bloomfield (21818), Groeneboom (1930), Pontani (1951), Italie (1953), Broadhead (1960), Roussel (1960), Sidwick (1982), Belloni (1994), West (1991) e Hall (1996) .
As primeiras traduções de Os Persas para o português foram as de Urbano Tavares Rodrigues (1984) e de Manuel de Oliveira Pulquério (1992), em Portugal. No Brasil, JAA Torrano publicou sua tradução em 2002 e 2009; Vieira, em 2013.
Outras iluminuras
Luta entre gregos e persas.
Notas
- Todos os manuscritos identificam a rainha como “Atossa”, a partir das informações de Heródoto sobre Dario I (v.g. Hdt. 3.88). Ésquilo, no entanto, não menciona o nome da rainha em nenhuma parte da tragédia.
- A cidade de Susa tem longa história na Antiguidade. Fundada pelos elamitas no IV milênio a.C., foi destruída pelos assírios em
-646 , mas recuperou a importância no final do século-VI , quando o persa Dario I fez dela a capital do reino aquemênida. Em-331 , com a queda do Império Persa, foi ocupada por Alexandre III. A distância entre Susa e Atenas, em linha reta, é de aproximadamente 2300 km. - Na realidade, a tumba de Dario I se localiza em Persépolis, no Irã, perto da Chiraz atual. Licença poética...
Ἑλλήσποντος ), lit. ‘mar de Hele’, antigo nome do estreito de Dardanelos, separa a Ásia (Tróade, noroeste da Ásia Ocidental) da Europa (Trácia, sudeste da Europa). Segundo a tradição mítica, o estreito assinala o local em que Hele, irmã de Frixo, caiu do carneiro voador que levava os irmãos à Cólquida.Imagem: mapa sobre imagem de satélite → Iluminura 0889. - A palavra grega
ὕβρις , ‘insolência’, ‘desmedida’, se refere ao orgulho e à confiança excessiva, fundamentada ou não, que os seres humanos eventualmente expressam. Essa reprovável atitude aos olhos dos gregos antigos se contrapunha diretamente à moderação que, a seu ver, deveria nortear todos os tipos de comportamento humano. Na mitologia grega, os deuses invarialmente punem os mortais que, em palavras ou atos, ultrapassam a justa medida de orgulho pelo sucessos obtidos tanto pelo acaso, reflexo dos desígnios dos deuses, quanto pelo resultado da competência e da capacidade humana.
Referências
Leitura complementar 



Créditos das ilustrações

Links externos
- Perseus Digital Library: Aeschylus, Persians
ΦΙΛΟΚΤΗΤΗΣ: Eschyle / Perses (interlinéaire)- The Internet Classics Archive: The Persians, by Aeschylus