A literatura greco-romana

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Nos últimos séculos do I milênio aC, a Grécia era politicamente insignificante e nada mais do que uma província romana. Mas Roma, assim como os reinos helenísticos que a antecederam, foi subjugada pelo peso da cultura helênica.

Poucos intelectuais romanos não dominavam o grego e não conheciam as grandes obras da literatura grega; e muitos deles escreviam em grego.

A própria literatura latina, pelo menos nos dois séculos que antecederam a Era Cristã, fundamentou-se em boa parte na imitação dos gêneros literários gregos. Os romanos se tornaram, além disso, grandes difusores da antiga cultura grega e é graças a eles que um número significativo de obras gregas chegou até nós.

Enquanto o Período Helenístico foi época de grandes inovações, o Período Greco-romano se caracterizou em boa extensão pela simples imitação literária e pelas tentativas — em geral não muito bem sucedidas — de resgatar a tradição grega do Período Clássico. Proliferaram também coletâneas, léxicos, ensaios e comentários diversos sobre obras antigas, além de textos científicos, históricos e filosóficos. A retórica greco-romana foi a única que teve alguma expressão. Por outro lado o romance, a biografia e a sátira, gêneros desenvolvidos nessa época, são literariamente importantes até hoje.

A partir do século I os cristãos mais instruídos (na cultura helênica, naturalmente) começaram a difundir, além dos evangelhos do Novo Testamento, epístolas, apologias[1] e comentários das escrituras entre os cristãos e os pagãos (não cristãos). Os modelos literários gregos não perderam sua força nem mesmo depois que o Império Romano se tornou cristão sob o Imperador Constantino I, nas primeiras décadas no século III.

Note-se finalmente que, dentre os escritores de língua grega dessa época, pouquíssimos haviam nascido em solo grego. Até mesmo os autores cristãos, que combatiam ferozmente o paganismo helênico, escreveram em grego...