Origens da lírica

Cena de “komos” com dançarinosCena de “komos” com dançarinos

A combinação entre poesia, música e dança é muito antiga na Grécia e se perde nos tempos mais recuados da cultura mediterrânea.

Afrescos cretenses já mostravam rapazes e moças dançando em rituais antes de -1400, e uma pintura do palácio micênico de Pilos, datada de -1200, mostra um poeta e sua lira.

Vários exemplos existem, também, na Ilíada de Homero, que reflete tradições orais anteriores ao século -VII. Há muita controvérsia ainda quanto à datação do mais antigo poema lírico[1], mas uma data por volta da metade do século -VII é, aparentemente, a mais razoável.

A poesia épica de Homero exaltava os valores heroicos e aristocráticos, e era cantada somente para os aristocratas; em Hesíodo, a poesia épica é dirigida a um público menos seleto e pretende não apenas entreter, mas também aconselhar e instruir. Com a poesia lírica, os sentimentos pessoais e a realidade substituem os valores homéricos; e os extensos poemas dão lugar a canções curtas e de entretenimento.

Inicialmente, a poesia lírica era sempre acompanhada de música e dança. Os instrumentos mais usados eram a lira (daí a denominação "lírica"), o aulo e a cítara. Somente no final do Período Arcaico alguns tipos de poesia passaram a ser lidos ou declamados sem música e dança.